Análise de alterações bucais em pacientes com covid-19 hospitalizados: um estudo de coorte retrospectivo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Serrão, Maria do Carmo Pessoa Nogueira
Orientador(a): Oliveira, Patrícia Teixeira de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS ODONTOLÓGICAS
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/45534
Resumo: O surto de um novo coronavírus SARS-CoV-2 (Severe acute respiratory syndrome coronavirus 2), foi identificado em Wuhan, na China no final de 2019. O SARS-CoV-2, se propaga através de gotículas respiratórias de uma pessoa infectada e causa uma doença respiratória denominada Covid-19 (Coronavirus Disease, 2019). Seu comportamento clínico é variável e manifesta-se com sintomas leves ou moderado, podendo desenvolver uma infecção respiratória grave. A cavidade oral foi identificada como uma das portas de entrada para o SARS-CoV-2, e seu possível papel como agravante na infectividade e progressão da infecção viral têm sido controversos. Foi realizado um estudo de coorte retrospectivo com dados obtidos de 274 prontuários de pacientes com COVID-19. Foi coletado dados na admissão do paciente, com sete e quatorze dias para analisar a ocorrência de alterações bucais e relacioná-las com a severidade da infecção. Foram encontrados 154 pacientes com alteração bucal e 120 sem alteração. Dos 154 pacientes que apresentaram alteração bucal na admissão, 39 obtiveram remissão em 7 dias, 54 pacientes obtiveram remissão em 14 dias e 61 mantiveram alteração bucal até o fim do estudo. Dos 120 pacientes que não apresentavam alteração bucal na admissão, apenas 2 desenvolveram alteração bucal em 7 dias e estes foram a óbito. A alteração bucal mais frequente foi a úlcera nos três tempos de coleta ( T0: 43,8%, T1: 33,6% e T2: 21,2%). As análises dos exames complementares alteradas mais prevalentes entre os pacientes foram as hemácias, plaquetas, leucócitos, tempo de sangramento, TGP, TGO, albumina, creatinina, PCR, ureia, d-dímero e razão leucócito-linfócito. Não foram observados fatores preditores para o desenvolvimento de alterações bucais em pacientes com COVID 19. As alterações em mucosa oral foram observadas na maioria dos pacientes com COVID-19 analisados nessa pesquisa. Não foi observada associação entre as comorbidades e a presença de lesões orais nos pacientes avaliados. Os fatores de prognósticos foram avaliados pela análise multivariada de Cox que determinou que não fazer uso de medicação para o aparelho digestivo e metabolismo (HR: 2,18; IC95%: 1,13-4,22) e não apresentar hipertensão arterial sistêmica (HR: 1,78; IC95%: 1,13- 2,79) são fatores prognósticos para remissão de alteração bucal em pacientes com COVID-19.