Espécies de lagartos como bioindicadoras de qualidade ambiental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Silva, Jadna Maria
Orientador(a): Freire, Eliza Maria Xavier
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA REGIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE - PRODEMA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/30293
Resumo: Em nível mundial, é notável e crescente a preocupação com a contaminação do meio ambiente, tendo em vista que com os avanços tecnológicos mais poluentes são lançados na natureza, a exemplo dos agrotóxicos e lixo eletrônico. Além disso, atividades antrópicas podem potencializar poluidores naturais, como a radiação natural e metais pesados retirados nas mineradoras. Partindo desses fatos, o biomonitoramento tem sido uma ferramenta bastante útil para avaliação de agentes tóxicos no ambiente. Através de monitoramentos ambientais, especialmente utilizando organismos bioindicadores, é possível identificar áreas prioritárias que se encontram mais contaminadas ou que apresentam fatores naturais preocupantes como é o caso da radiação natural, e assim direcionar os esforços e estudos para recuperar áreas e amenizar os impactos no ecossistema. Nessa perspectiva, este estudo teve como objetivos efetuar revisão de literatura acerca do uso de espécies de lagartos como organismos modelo para avaliar contaminação ambiental, e testar uma espécie de lagarto endêmica e saxícola de área de Caatinga do nordeste brasileiro como bioindicadora de efeitos genotóxicos resultantes de contaminação por radioisótopos e outros poluentes naturais. Foi realizado trabalho em campo para coleta de espécimes do lagarto Phyllopezus periosus, no período de dezembro de 2018 a julho de 2019, em três áreas com diferentes níveis de radiação natural, quais sejam, uma área natural protegida – a ESEC Seridó, uma área com atividade mineradora - a Mina Brejuí, e área do município de Lajes Pintadas, com alta incidência de radiação. Em todos os locais onde os lagartos foram coletados também foram coletados dados ambientais, tais como, amostras de água dos afloramentos e radiação gama presente no ar. Todos os lagartos coletados, após anestesia, sob refrigeração, foram coletadas amostras de sangue e realizado teste de micronúcleos. Durante o trabalho de revisão foram encontrados estudos com dez famílias de lagartos, utilizando contaminantes orgânicos e inorgânicos, tendo sido constatado que a maioria dos contaminantes testados são tóxicos para os animais, causando efeitos histopatológicos, estresse oxidativo e danos ao DNA. Nosso estudo de campo constatou diferença estatisticamente significativa tanto para micronúcleos quanto para alterações nucleares, destacando blebs, núcleo ameboide, núcleo em ferradura e entre outras até então não identificadas anteriormente. Quando as alterações nucleares foram comparadas entre as localidades, as áreas mais significativas foram a Mina Brejuí e Lajes Pintadas. Constatou-se, portanto, que os lagartos respondem bem às alterações ambientais, fato que os destaca como relevantes organismos biomonitores, pois são sensíveis a diversos tipos de contaminantes ambientais incluindo a radiação natural.