Racismo institucional: um desafio a se enfrentado na atenção à saúde da população negra com doença falciforme em João Pessoa/PB

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Correia, Dandara Batista
Orientador(a): Silva, Telma Gurgel da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/19608
Resumo: O racismo tem participação ativa na definição das condições de saúde, uma vez que reproduz no âmbito da subjetividade e do consentimento, padrões de integração à ordem que restringem a população negra do amplo acesso aos bens e serviços socialmente produzidos. Por essa razão, as pessoas negras estão expostas a situações diferenciadas de adoecimento, inclusive com maiores chances de exposição a certas doenças e agravos com uma maior prevalência, como é o caso da Doença Falciforme. Nesse sentido, o presente trabalho apresenta uma análise das expressões do racismo na saúde da população negra com Doença Falciforme, tendo como norte analítico o estudo das condições de saúde e da qualidade da atenção à saúde ofertada pela direção municipal do SUS, representada pela Secretária Municipal de Saúde de João Pessoa/PB – (SMSJPA). Trata-se de uma pesquisa social aplicada, fundada numa abordagem quantiqualitativa que envolveu a coleta de dados secundários, os quais foram sistematizados e analisados em dois momentos: 1) análise dos indicadores sociais referente à população negra no município a partir da base de dados do Censo Demográfico do IBGE; 2) estudo documental realizado no banco de dados do Programa Municipal da Doença Falciforme e Análise dos relatórios de gestão da SMS-JPA referente a 2011, 2012 e 2013. Optou-se por uma visão crítica e dialética de leitura da realidade, com apoio nas categorias do racismo, racismo institucional e saúde da população negra compreendidas como uma unidade dialética. Os resultados revelam que a população negra com Doença Falciforme está inserida num contexto de vulnerabilidade social que repercute na sua situação de morbimortalidade. Aponta-se ainda que os problemas de saúde das pessoas com Doença falciforme são preferencialmente resolvidos com base na atenção básica a saúde e por ações focadas na prevenção de eventos agudos. Por essas características estão focadas em ações de baixa densidade tecnologia e de baixo custo que embora com maior alcance assistencial, provocam mudanças de longo prazo, incapazes de alterar sua realidade de saúde; No plano político institucional, essas respostas apresentam limites na atenção à saúde, sobretudo no que se refere ao enfrentamento das desigualdades e promoção da qualidade de vida, uma vez que as ações exigem baixo poder de decisão e consequentemente poucas alterações nas estruturas dos sistemas de saúde. Nesse esforço, espera-se contribuir com a produção de conhecimento que seja útil para ação político e científico de grupos e movimentos interessados em ultrapassar as determinações do racismo e construir uma nova ordem social fundamentada na emancipação de todas as formas de exploração étnico/racial, sexual e de classes que signifique em melhorias na realidade de saúde das pessoas com Doença Falciforme.