Evasão no curso de Ciências Contábeis da UFRN: perfil e trajetória acadêmica dos estudantes evadidos e a sua relação com os processos seletivos (Vestibular e SiSU)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Carvalho, Daniele da Rocha
Orientador(a): Castro, Alda Maria Duarte Araújo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/47014
Resumo: As mudanças ocorridas na sociedade a partir da segunda metade do século XX vêm demandando diversas transformações nos campos social, econômico e político. Em decorrência da globalização e do desenvolvimento das tecnologias da comunicação e da informação, a sociedade atual, “denominada sociedade do conhecimento”, passou a exigir uma nova geração de trabalhadores com novos padrões de competência, havendo necessidade de transformações no sistema de ensino superior. As políticas neoliberais para a educação, implementadas no Brasil desde a década 1990, com foco na redução dos recursos para a educação priorizaram a expansão em instituições privadas e diversificadas, o que proporcionou a massificação do ensino superior, tranzendo diversos problemas, entre os quais o aumento no índice de evasão e o prolongamento da permanência no curso. Esses problemas vêm se agravando a partir dos anos 2000, devido à mudança do processo seletivo para ingresso nas Instituições de Ensino Superior (IES). Nesse contexto, para flexibilizarem o ingresso na educação superior, as políticas educacionais brasileiras diversificaram as formas de ingresso, incluindo o Sistema de Seleção Unificada (SiSU) que veio substituir o processo de ingresso nas IFES a partir de 2010, passando a utilizar o mecanismo de ajustamento de vagas nos cursos de graduação. O objetivo geral da Tese foi analisar as mudanças ocorridas no perfil e na trajetória dos estudantes evadidos do curso de Ciências Contábeis, estabelecendo relação com a forma de ingresso na UFRN, vestibular (2013.1) e ENEM/SiSU (2013.2). O referencial teórico-metodológico utilizou-se de uma abordagem qualitativa. Quanto aos procedimentos e técnicas de coleta de dados, foram utilizadas a análise documental e a aplicação de questionários a todos os evadidos do Curso de Ciências Contábeis da UFRN que ingressaram em 2013. Para complementar as informações, foram utilizadas entrevistas com uma amostra não probabilística composta por estudantes evadidos ingressantes pelos dois processos seletivos. Para análises dos dados, foram elaboradas séries históricas utilizando-se de dados quantitativos e análise de conteúdo para uma melhor compreensão das entrevistas dos sujeitos. Constatamos que a quantidade de estudantes evadidos no período do processo seletivo vestibular (2013.1) foi de 28 estudantes, enquanto no período do processo seletivo ENEM/SiSU (2013.2) foi de 51 estudantes, resultando num aumento de 82,14% quando comparados os dois períodos. Houve também uma alteração no perfil dos evadidos, que apresentou um aumento no percentual de alunos solteiros, bem como um aumento considerável de evadidos do gênero feminino. Outra característica a ser ressaltada na mudança do processo é que os evadidos que ingressaram pelo ENEM/SiSU, já eram graduados ou já eram alunos de outros cursos quando ingressaram no curso de Ciências Contábeis na UFRN. No que se refere ao ENEM/SiSU, a mobilidade passou a ser um fator que vem contribuindo com a evasão. Ocorreu um acréscimo no percentual de evadidos, tanto entre os cotistas, quanto entre os de ampla concorrência, influenciado pelo próprio contexto socioeconômico do estudante e pela nota obtida no ENEM. Ainda ficou evidente no estudo que os fatores que mais influenciaram na trajetória dos alunos evadidos que ingressaram pelo ENEM/SiSU foram os problemas associados ao processo de ensino-aprendizagem, as práticas pedagógicas utilizadas pelos professores, a não adaptação ao curso e a aspiração por outro curso, enquanto os motivos que mais influenciaram os evadidos ingressantes pelo vestibular foi a necessidade de trabalhar, tempo para conciliar estudo e trabalho, mobilidade, entre outros. Por fim conclui-se que há a necessidade de se rever a política de funcionamento do ENEM/SiSU, quanto à escolha do curso, garantindo uma melhor adequação entre os interesses dos alunos e a escolha da profissão.