Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Lopes, John Willian |
Orientador(a): |
Veloso, Maria do Socorro Furtado |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA MÍDIA
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/52833
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Resumo: |
A mídia tem se tornado cada vez mais relevante na configuração das memórias na sociedade. E a publicidade, constitutiva do sistema midiático, aciona essas memórias na estruturação de suas narrativas e coloca em circulação formas de interpretar as práticas humanas em seus tempos. Nesse contexto, esta investigação tem como objetivo geral elucidar como as marcas de temporalidade e de memória de acontecimentos e as correspondentes práticas sociais de um período histórico se expressam como narrativa publicitária. Esta pesquisa interessa ao campo de estudos em comunicação por vislumbrar possibilidades de reinterpretação de processos comunicacionais imersos em outra temporalidade. Tomam-se como base teórica os interlocutores que debatem as ideias de local e de territorialização e a inserção delas no contexto da comunicação, a partir das quais propõe-se a noção de publicidade translocal. Recorre-se também àqueles que discutem a relação entre a comunicação midiática e os campos do tempo, acontecimento e da memória, a fim de situar a participação das narrativas e práticas sociais da publicidade na produção dessas dimensões – a partir da qual sugere-se a noção de acontecimento publicitário. Empiricamente, observa-se a produção publicitária impressa no jornal A República, veiculada no contexto da Segunda Guerra Mundial (de 1942 a 1945, especificamente) em Natal, Rio Grande do Norte (Brasil). Parte-se de uma amostragem de 681 unidades publicitárias impressas (UPIs) que são submetidas a um tratamento analítico descritivo-interpretativo, baseado num referencial de codificação próprio, fundamentado na processualidade metodológica da análise de conteúdo. A análise está dividida em das partes: a primeira (plano do conteúdo) com abordagem predominantemente quantitativa e que englobou todas as UPIs; a segunda (planos da expressão e diagramação), mais qualitativa e aplicada às 142 UPIs com vinculação com o contexto da guerra. Quanto ao enfoque quantitativo, os resultados sinalizam a confirmação de que o contexto da guerra repercutiu menos nas mensagens publicitárias em relação ao total veiculado no período, considerando que não havia no Rio Grande do Norte uma estrutura de comunicação publicitária desenvolvida; que a associação com o acontecimento da guerra é uma característica presente principalmente nos anúncios de companhias internacionais, reforçando uma visão externa do conflito. Quanto ao qualitativo, verifica-se que os mecanismos dedutivos de representação das relações e práticas humanas emergem na mensagem publicitária como recursos simbólicos acessíveis ao contexto de recepção dos consumidores; que vinculação entre publicidade e ideologia se estrutura como narrativa, associando nas mensagens valores estrangeiros da guerra e hábitos culturais e de consumo das pessoas. Esses aspectos ajudam a sustentar a tese de que a publicidade pode ser partícipe e construtora de determinada dimensão histórica, possibilitadora e mobilizadora de memórias e expressão de transformações e permanências nas relações e práticas humanas. |