O emprego das formas dativas de segunda pessoa na escrita do nordeste brasileiro do século XX: uma mudança em curso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Silva, Franklin Costa da
Orientador(a): Martins, Marco Antonio
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/23993
Resumo: Na presente pesquisa, analisamos o emprego das formas dativas em contexto de segunda pessoa (singular e plural) em cartas privadas do Português Brasileiro (doravante PB), de três diferentes Estados do Nordeste, a saber, Rio Grande do Norte (RN), Pernambuco (PE) e Bahia (BA), correspondências redigidas no século XX. Constituem o nosso corpus exemplares compartilhados no site do corpus mínimo comum impresso do Projeto para a História do Português Brasileiro (PHPB). Subsidiaram nosso trabalho duas perspectivas teórico- metodológicas: a Teoria da Variação e Mudança (TVM) (cf. WEINREICH; LABOV; HERZOG, 2012 [1968], doravante WLH; LABOV, 2008 [1972]) e a Teoria dos Princípios e Parâmetros (P&P), da Teoria Gerativa, (cf. CHOMSKY, 1995). Dessa forma, conduzimos uma análise qualitativa e quantitativa, buscando mapear e explicar a seguinte variável linguística: as formas dativas de segunda pessoa do singular e do plural (P2 e P5) em português brasileiro. Assim como, suas variantes linguísticas concorrentes: diferentes possibilidades de realização que concorrem para P2 e para P5, a exemplo dos pronominais te/ti, vos/vós, lhe, da elipse (ᴓ), além dos pronomes você, vocês e tu precedidos das preposições a/para/prá/de/em. Dentre os demais objetivos que guiam nossa pesquisa, destacamos o seguinte: pesquisar se a relação gramatical de OI (complemento indireto (CI) – “verdadeiro objeto indireto”) ou de complemento oblíquo (CO) restringe ou favorece, respectivamente, a implementação das variantes linguísticas concorrentes dos pronomes dativos. Tomamos como hipótese que as formas variantes concorrentes não sofreriam influência da relação gramatical de OI ou de OBL. No entanto, essas relações gramaticais mostraram-se como um dos mais importantes condicionadores da variação entre as formas competidoras. Após identificarmos e caracterizarmos os 610 dados presentes nas cartas, submetemo-os a rodadas no progama GoldVarb, elecando 10 (dez) variáveis independentes, sociais e linguísticas, o que nos remeteu a algumas regras variáveis. A análise dos dados, de forma geral, aponta para uma mudança em curso em favor das formas concorrentes do paradigma de você-tu preposicionados, passando antes pelas concorrentes lhe e a elipse (ᴓ), ficando as variantes da norma padrão te/ti e vos/vós restritas a contextos específicos, como comunicações envolvendo mais afetividade, mais informalidade.