Avaliação da variação sedimentológica em uma área da plataforma continental sob a atuação da indústria petrolífera

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Borges, Miguel Evelim Penha
Orientador(a): Vital, Helenice
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEODINÂMICA E GEOFÍSICA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/19840
Resumo: A atividade de exploração de petróleo na plataforma continental da Bacia Potiguar vai desde águas muito rasas (2-3 m) até a profundidade de cerca de 50 m, se estendendo no sentido leste-oeste desde o alto de Touros (RN) até o alto de Fortaleza (CE). Considerando a plataforma continental como um ambiente de elevada importância biológica e alta heterogeneidade sedimentológica, faz-se necessário compreender a dinâmica sedimentar e principalmente as modificações geradas pela atividade de perfuração, para então prevenir possíveis danos causados ao ambiente. Apesar da intensa atividade de exploração de petróleo nesta região, estudos desta natureza ainda são raros. Visando suprir esta lacuna, a presente dissertação foi desenvolvida para avaliar e caracterizar as variações sedimentológicas, mineralógicas e geoquímicas superficiais no entorno de um poço, aqui denominado poço A, em uma área localizada na plataforma média, próximo à transição para a plataforma externa. O poço selecionado para o estudo foi o primeiro perfurado no Brasil com a tecnologia Riserless Mud Recovery (RMR). A principal diferença deste método para o método tradicional é a possibilidade de perfurar a fase I do poço com retorno do material da perfuração para os tanques na sonda, minimizando o descarte de fluido e cascalho de perfuração no entorno do poço durante a perfuração desta fase. O monitoramento consistiu de três campanhas, sendo a primeira realizada antes do início da perfuração do poço A, a segunda realizada 19 dias após o encerramento da atividade de perfuração e a terceira um ano após o encerramento da perfuração. Através da comparação dos parâmetros estatísticos média, mediana e coeficiente de variação, das variáveis: teor de carbonato de cálcio, teor de matéria orgânica, granulometria e mineralogia, associado a informações de geoquímica mineral, foi possível compreender a variação sedimentológica após a atividade de perfuração. Por motivos técnicos da empresa operadora, houve uma relocação na posição original do poço após a realização da primeira campanha, implicando na mudança da área amostrada nas duas últimas campanhas. Apesar disso, os dados apresentaram boa correlação, não havendo prejuízo para o objetivo principal do trabalho. As análises sedimentológicas, mineralógicas e geoquímicas foram realizadas na Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Os resultados indicaram um ambiente predominantemente arenoso ao longo das três campanhas. Foi observado que, no geral, a campanha anterior a perfuração (C1) apresentou resultados diferentes dos encontrados nas campanhas pós-perfuração (C2 e C3), enquanto estas últimas apresentaram resultados semelhantes. Os sedimentos siliciclásticos são predominantes, em todas as campanhas, e constituídos principalmente por quartzo, com mais de 80 %, seguido dos minerais pesados (granada, turmalina, zircão e ilmenita), fragmentos de rocha e agregados de lama. Os organismos bioclásticos são constituídos predominantemente por algas calcárias (mais de 45%) e moluscos (mais de 30%), seguidos de foraminíferos bentônicos, briozoários e tubos de verme. Mais raramente foram observados ostracodes e espículas de esponjas calcárias. Considerando as pequenas variações dos sedimentos da região estudada, e a utilização do método RMR na perfuração do poço, foi possível concluir que a atividade de perfuração não promoveu alterações significativas na cobertura sedimentar local. As alterações das variáveis estudadas antes e após a perfuração do poço A podem estar influenciadas pela mudança da área amostrada após a primeira campanha (C1).