Financeirização do território: a capilaridade dos Programas Crediamigo e Agroamigo em Alagoas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Silva, Diêgo Rodrigues da
Orientador(a): Silva, Aldo Aloisio Dantas da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/22581
Resumo: Com raízes no processo de reestruturação bancária, iniciado na década de 1990, os programas de microcrédito produtivo e orientado Crediamigo e Agroamigo do Banco do Nordeste do Brasil integram um movimento recente de financeirização das camadas sociais de menor renda. Sob a égide das políticas de inclusão financeira adotadas pelo Governo Federal, são criados mecanismos para ampliar o alcance social e territorial do microcrédito que, através desses dois Programas se faz presente em todos os municípios do estado de Alagoas. Neste sentido, o presente trabalho tem o objetivo de explicar o processo de financeirização do território a partir da capilaridade dos Programas Crediamigo e Agroamigo no estado de Alagoas. Afim de alcançar a meta proposta, adotou-se como variáveis-chave dessa investigação, a técnica, a norma e a finança, entendidas como principais pilares do processo de financeirização do território. Assim, partiu-se de uma análise das políticas de ampliação do acesso ao crédito, seguido de uma avaliação da topologia dos fixos bancários e do exame do acesso aos programas de microcrédito por meio de uma pesquisa empírica. Verificou-se que a flexibilização normativa, a maior integração dos sistemas de movimento no território alagoano, aliados aos avanços da telemática, possibilitaram a emergência de novos formatos organizacionais, que dão suporte à financeirização do território pelos programas de microcrédito do Banco do Nordeste no estado. Uma expressão desse processo, é o compartilhamento da rede fixos entre os bancos oficiais, em complemento à topologia das agências e postos do BNB, criando um canal de desembolso do microcrédito em cada município do estado. Além disso, a capilaridade do Crediamigo e do Agroamigo se estrutura, sobretudo, na terceirização de uma rede descentralizada de atendimento, através de uma parceria com o Instituto Nordeste Cidadania. A estratégia fundamenta-se no deslocamento de assessores de microcrédito para operacionalizar os Programas nas localidades desassistidas por sua rede de fixos bancários. Por fim, foi reconhecida a inserção e o papel dos agentes de microcrédito na divisão do trabalho não-bancário. Sua profusão entre os diferentes lugares do estado o coloca como um importante mecanismo da capilaridade dos programas Crediamigo e Agroamigo nas zonas mais opacas do território alagoano.