Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Siebra, Sheyla Suzanday Barreto |
Orientador(a): |
Falcão, Jorge Tarcisio da Rocha |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/51283
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Resumo: |
Esta tese apresenta discussões e proposições sobre a coragem, como uma manifestação de anti-performance e reflexões sobre o processo de significação do trabalho face às novas práticas de gestão neoliberal no contexto das universidades públicas. A coragem é um afeto que se define no tempo, é uma disposição de ser e uma forma de afirmação da vida e nesta tese compreendida como potência de agir, pensar e existir. As transformações ocorridas no funcionamento da instituição universitária brasileira são oriundas de uma nova conjuntura político-econômica, compreendida pela reforma do Estado, reestruturação dos modos de gestão do trabalho com discursos e práticas neoliberais. No mundo do trabalho atual, vivenciamos uma alta demanda por sujeitos performáticos que estejam sempre à disposição para produzir com maior eficiência e agilidade. A cultura da performance é entendida como um sistema que atua na regulação e controle dos corpos, produzindo os sujeitos desejáveis para a atual sociedade neoliberal. Essa nova demanda de um sujeito que esteja sempre à disposição para trabalhar mais e com mais agilidade requer uma intensificação do trabalho do professor e uma ampliação da sua atividade o que tem aumentado a precarização das condições de trabalho e impactado na saúde e subjetividade desses trabalhadores. Para investigar o problema delimitado, foi adotado como referencial teórico deste estudo a Psicologia Histórico Cultural, a partir do materialismo histórico-dialético da teoria marxista e os estudos de Vigotski; a perspectiva da Clínica da Atividade e os fundamentos filosóficos espinosistas sobre o conceito de coragem. Como objetivo geral deste estudo, buscou-se analisar a coragem como manifestação de anti-performance e refletir sobre o processo de significação do trabalho para professores de universidades públicas. Foram realizadas entrevistas de narrativa de história de vida com cinco professoras e um professor que desenvolvem suas atividades em três universidades públicas federais brasileiras. Como resultados, percebeu-se como as formas de gestão atual afetam o agir do professor, a sua subjetividade e a sua identidade. O processo de significação do trabalho identificado nas trajetórias de cada participante desta pesquisa foi submetido a uma análise, que envolve os núcleos de significação da dimensão histórico-dialética para apreensão das significações que os participantes da pesquisa revelaram em suas narrativas. Identificamos três eixos que permitiram uma caracterização do processo de significação do trabalho, que envolve uma identificação com o ofício de ser professor, o entendimento da intensificação do trabalho e da performatividade como uma demanda atual, mas pensando o trabalho do professor como uma possibilidade de transformação da realidade social. A coragem é compreendida como uma forma de enfrentamento a esse contexto de ambivalência entre a lógica performática e o adoecimento, uma forma de lidar com o risco e a precarização subjetiva, exatamente como as características que a vida assume na atualidade. Podemos concluir que somente com a atividade livre é que poderemos ter um trabalho como desenvolvimento e não como performance, aumentando nossa potência de vida e ação. |