O uso do complemento indireto de 3ª pessoa do espanhol de Montevidéu, Uruguai: um estudo dialetológico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Silva, Sunamita Sâmela Simplício da
Orientador(a): Pereira, Shirley de Sousa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/24411
Resumo: Tendo em vista os pressupostos teóricos e metodológicos da Dialetologia e utilizando-se os estudos de Coseriu (1982, 1986), Weinreich, Labov e Herzog, (2006); Tarallo (2007), Gimeno Menéndez (1990), Chambers e Trudgill (1994), Montes Giraldo (1997), Miroslav Valeš (2012), Rosa (2012), entre outros, esta dissertação tem por objetivo descrever o uso do complemento indireto de 3ª pessoa do espanhol de Montevidéu, capital do Uruguai, buscando identificar as variações e as suas variáveis linguísticas e sociais. Os dados foram obtidos através de 54 entrevistas sociolinguísticas semidirigidas que integram o corpus Proyecto para el estudio sociolingüístico del español de España y de América (Preseea). São amostras organizadas segundo os fatores sociais: sexo – masculino e feminino; faixa etária - 1 (20-34 anos), 2 (34-54 anos) e 3 (mais de 55 anos); e escolaridade – fundamental, secundário e superior, utilizando, assim, três entrevistas para cada grupo/combinação de fatores. A estrutura das entrevistas é composta por temas como a saudação, o tempo, o lugar onde vive, a família e amizade, os costumes, perigo de morte, anedotas importantes na vida e desejo de melhoria econômica e resulta em dados da língua vernácula da comunidade de fala. Estudos anteriores sobre o uso do complemento indireto de 3ª pessoa na América (KENISTON, 1937, apud ALEZA, 2010; LAPESA, 1981; LOBATO, 1994, ÁLVAREZ & BARRÍOS, 1995 apud QUESADA PACHECO, 2002; ALLARCOS, 2006; COMPANY CAMPANY, 2006; ALCAINE, 2010; ALEZA IZQUIERDO, 2010; CAICEDE, 2011, GARCÍA, 2014) indicam as seguintes variações: (a) Uso etimológico dos pronomes átonos de 3ª pessoa, ou seja, le, les na função de CIND. Este sistema distinguidor de caso não ocorre em países que apresentem bilinguismo histórico; (b) Casos isolados de leísmo e laísmo em países sem bilinguismo histórico; (c) Uso de se los e se las no qual a marca de plural está presente no pronome átono na função de complemento direto, mas não aparece no complemento direto lexical, e sim, no complemento indireto. Portanto, há uma transferência da marca de plural do CIND lexical para o pronome átono de CDIR tendo em vista que o PA se não apresenta morfema de número. Esta variação está presente em todas as classes sociais; (d) Imobilização ou invariabilidade do pronome átono le usado na duplicação do CIND tanto para referentes que estão no singular quanto no plural; (e) Ausência da preposição a do sintagma de CIND que ocorre, geralmente, quando o complemento indireto lexical aparece em posição pré-verbal, sendo aceita na norma culta. Os resultados confirmam as variações já apresentadas pelos estudos anteriores, mas, também, indicam outras variações, a saber, a não concordância de número do CIND duplicado e a dupla omissão ou nulidade do CIND.