Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Medeiros, Anderson Brito de |
Orientador(a): |
Miranda, Francisco Arnoldo Nunes de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/28266
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Resumo: |
Introdução: O período gestacional durante a privação de liberdade no sistema prisional, bem como a lactação, são processos delicados, complexos e posto à margem, atentando contra a melhor a experiência da maternidade. A vivência do processo gestacional, no ambiente carcerário possibilita interações que reelaboram os sentidos e o mundo simbólico dessas mulheres. Objetivo: Analisar as representações sociais da maternidade de mulheres gestantes, lactantes e que vivenciaram a gestação em privação de liberdade no sistema prisional. Método: Tratase de estudo qualitativo, ancorado nos pressupostos do Paradigma Teórico das Representações Socais, na vertente estrutural, realizado com 42 mulheres gestantes, lactantes e que vivenciaram a gestação em privação de liberdade no sistema prisional do Estado do Rio Grande do Norte, entre maio e setembro de 2019. Para coleta de dados, utilizou-se de instrumento de pesquisa composto por questionário sociodemográfico, de entrevista semi-dirigida com a utilização da técnica de evocação livre de palavras, associada ao modelo de substituição e descontextualização (zona muda), com o termo indutor “ser mãe na prisão” e desenho-estória com tema. Os dados foram analisados através de processamento prototípico (quadro de quatro casas) para cada matriz, para as quais foram calculadas, automaticamente, frequências intermediárias (±8,37 matriz 1 e ±8,10 matriz 2) e ordens médias de evocações (matriz 1: ±3,08; matriz 2: ±3,01), de acordo com os requisitos. Compuseram, assim, os núcleos centrais, as periferias e as zonas de contrastes. Realizou-se, ainda, o teste de composição e co-ocorrência das palavras (análise de similitude). O processamento analítico se deu no software Interface de R pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires (IRAMUTEQ), versão 7 alpha 2. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte: 08005219.7.0000.5537. Resultados: As participantes eram, em maioria, jovens entre 18 e 39 anos de idade (90,5%; n=38) e se encontravam solteiras (50,0%; n=21). 61,9% (n26) relataram duas ou mais gestações, e 47,6% (n=20) referiram um ou mais abortamentos. Na análise prototípica, verificou-se que o termo indutor resultou em 420 evocações e 133 palavras distintas. Após categorização e lematização, o número de palavras diferentes evocadas pelas mulheres foram 84 entre as matrizes 1 e 2. Excluindo-se as evocações com frequência inferior a três, resultou-se em aproveitamento de 31,15%. Na matriz 1, a possível representação do ser mãe na prisão, se cristalizou, principal e semanticamente, pelos termos: separação (f=27; OME: 2.9), tristeza (f=18; OME: 2.3), horrível (f=16; OME: 2.1), dor (f=12; OME: 2.8). Na zona de substituição e de descontextualização (matriz 2), as representações foram objetivadas pelos termos separação (f=18; OME: 3), tristeza (f=13; OME: 2.5), medo (f=11; OME: 2.2), horrível (f=10; OME: 1.5). Desta forma, a única diferença lexical entre os dois núcleos foi a mudança da palavra dor por medo na matriz 2, mantendo a cristalização entre os dois quadros no que se refere ao núcleo central. Na análise de similitude, o núcleo central, composto pelo termo “separação”, teve forte co-ocorrência com as palavras: “sofrimento (11), distante (4), abandonada (3), horrível (9), adoção (4) e tristeza (8)”. Neste sentido, a análise em completude, apresentou, o sofrimento pela ruptura da díade materna mãe-filho como a representação social das participantes sobre a maternidade, uma que vez que o momento da separação é vivenciado desde muito cedo pelas mulheres, ao projetar a desvinculação. Considerações finais: Evidenciou-se que as representações sociais das participantes do estudo, apresentam sentimentos e significados generalizados do “ser mãe na prisão”, que refletem, diretamente no sofrimento vivenciado pela díade materna com a separação, os quais fragilizam e potencializam o aprisionamento feminino, significando para essas mulheres, essencialmente, sofrimento pela dicotomia do vínculo com o filho. |