Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Leão, Adriana Szilagyi |
Orientador(a): |
Lima, Maria Hozanete Alves de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/21465
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Resumo: |
Este trabalho analisa a construção do título de um texto por uma dupla de alunos do terceiro ano do ensino fundamental. Nesse sentido, consideramos o processo de “escritura em ato” (CALIL, 2008, 2013), preservando a cena enunciativa através da qual se visibilizam as negociações entre os escreventes e as tomadas de decisão responsáveis pela escolha do título do texto que estão escrevendo. O produto gerado pela díade é singular na sua composição, haja vista que segue determinadas instâncias que vão desde a combinação oral do que vão escrever até à escrita do produto final - considerando aqui a segunda versão escrita, nomeada, geralmente, de “reescritura”. O ato de intitular o texto seguiu, por assim dizer, três percursos. Ainda que interligados entre si, eles são enviados aos limites de diferentes atividades linguageiras, sejam elas: oralidade; oralidade-escritura; oralidade-escritura-escritura. Reconhecemos que a natureza processual característica da geração dos dados que analisamos foi preponderante na mobilização destas atividades, pois o título do texto negociado entre os alunos reflete três instâncias específicas: 1. a combinação do texto; 2. a escrita da primeira versão do texto; 3. a reescrita do texto (o produto final, a segunda versão). Se, por um lado, observamos, em nossa pesquisa, que o título, embora significativamente negociado, mais do que o que viria após ele (o texto), parece ser tomado, pelos escreventes, como um elemento puramente “paratextual”, por outro lado, no processo de negociação oral ou escrita, o título mobilizou as mesmas atividades metalinguísticas e metadiscursivas (AUTHIER-REVUZ, 1990, 1998) - marcadas por retornos feitos pelos sujeitos sobre as palavras e sobre dizeres, responsáveis pelo que poderia ou não compor esta unidade textual (o título) - visibilizadas no “corpo do texto”. O processo escritural analisado foi registrado através de filmagem (câmera e áudio). Há, no registro da escritura em ato, um fenômeno que não podemos acessar diretamente quando nos concentramos apenas mediante o texto escrito final: a menção ou os dizeres que colocam em cena a eleição do uso das palavras, os saberes sobre o gênero textual, sobre a sintaxe e sobre o sistema ortográfico que os alunos recebem da escola (CALIL, 2013). Através da construção dialógica, estas atividades, no tempo real da enunciação, são observadas de modo exponenciado, e muitas delas, na estaticidade da produção final, restam como efeitos invisíveis (CALIL, 2008). |