Poluentes em sedimento depositado em rodovia: implicações sobre um manancial de abastecimento em Natal/RN

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Santos, Paula Rafahela Silva dos
Orientador(a): Moreira, Lúcio Flávio Ferreira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA SANITÁRIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
SDR
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/25971
Resumo: O sedimento depositado em rodovia (SDR) pode representar uma fonte nociva à saúde humana e ao ambiente aquático, pois está associado a uma vasta gama de poluentes de origem orgânica e inorgânica. O estudo desses poluentes associados ao tráfego veicular permite identificar os diversos tipos de poluentes e as fontes geradoras. Esta pesquisa teve como objetivo avaliar os metais e os compostos orgânicos n-alcanos e hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) por serem poluentes derivados de emissões veiculares, partículas de escapamentos, resíduos de óleos lubrificantes, pneus, freios, lataria, resíduos de asfalto e desgastes do pavimento. O rio Pitimbu, situado na região metropolitana de Natal-RN, Brasil, tem sua calha fluvial interceptada por três rodovias de intenso tráfego. Nos pontos de interceptação com o rio, o escoamento superficial associado à precipitação transfere o SDR para o ambiente fluvial, ocasionando a poluição deste rio e podendo tornar a água impropria para o consumo humano, uma vez que o rio Pitimbu é usado para este propósito. O objetivo desta pesquisa foi avaliar a presença dos metais Cd, Cr, Cu, Fe, Mn, Ni, Pb e Zn, dos compostos orgânicos n-alcanos e os 16 Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPAs) considerados prioritários, em amostras de SDR coletadas em áreas de descarga dos escoamentos na calha do rio Pitimbu. Foram analisadas amostras de SDR, das caixas de contenção e do sedimento do leito fluvial, coletadas em agosto e dezembro de 2017. A análise dos metais foi realizada por Espectrofotometria de Absorção Atômica modo chama (FAAS), a dos compostos nalcanos por Cromatografia a Gás acoplado a um detector por ionização de chama (CGFID) e a dos HPAs por Cromatografia a Gás acoplado a um detector espectrômetro de massa (GC-MS). Além disso, investigou-se uma possível correlação desses poluentes entre as matrizes ambientais SDR e sedimento do leito fluvial. As concentrações de metais observadas para o SDR foram as seguintes (em mg kg-1 ): cobre <LQ a 108,40; cádmio <LQ a 4,84; chumbo <LQ a 76,91; cromo <LQ a 33,71; manganês <LQ a 86,28; zinco <LQ a 149,80; ferro de 7225 a 23810. Para o níquel a concentração foi menor que o limite de quantificação em todas as amostras. A análise PCA e a correlação de Pearson demonstraram uma boa correlação entre os metais Cu, Mn, Fe, Pb, Cr e Zn, indicando que o aporte destes compostos, provavelmente, provém das mesmas fontes. A soma total dos n-alcanos (n-C8 a n-C39) variou entre 6,04 e 42,88 mg kg-1 . O índice preferencial de carbono (IPC) demonstrou que todas as amostras receberam contribuições de n-alcanos originados de fontes petrogênicas e biogênicas. A somatória dos HPAs variou de 0,221 a 2,789 mg kg-1 . Dentre os onze pontos de amostragens avaliados para os compostos orgânicos, quatro amostras de SDR e uma amostra do sedimento do leito fluvial apresentaram valores de HPAs acima do valor orientador estabelecido pela Resolução CONAMA 454/12. Além disso, observou-se a presença de HPAs considerados carcinogênicos na maioria das amostras. Considerando os índices de diagnósticos utilizados, foi observado que o aporte de HPAs ocorria tanto por contribuição de fonte pirolítica quanto petrogênica. Observou-se que o aporte de origem antrópica (veicular) apresentava potencial capacidade de contaminação do ambiente fluvial.