Avaliação de biomarcadores para a cardiomiopatia chagásica crônica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Orozco, Victoria Ramírez
Orientador(a): Guedes, Paulo Marcos da Matta
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA PARASITÁRIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/32417
Resumo: A cardiomiopatia chagásica crônica é observada em 17-50% dos pacientes chagásicos crônicos contribuindo para morbidade e mortalidade da doença de Chagas. Até o momento não existem biomarcadores de evolução clínica descritos para a doença de Chagas, sendo necessário a realização de exames clínicos de alto custo (eletrocardiograma, ecocardiograma, raio X, enema opaco), que necessitam da presença de profissionais especializados e em muitos casos são invasivos e desconfortáveis aos pacientes. A molécula CTLA-4 tem sua expressão influenciada por infecções, é expressa em células T reguladoras e encontra-se solúvel no plasma sanguíneo. Proteínas cardíacas liberadas após lesão tecidual podem gerar a produção de autoanticorpos que contribuem para o processo de dano cardíaco. Esse estudo teve como objetivo avaliar autoanticorpos anti-troponina I, anti-mioglobina e a molécula CTLA-4 solúvel no soro como biomarcadores clínicos não invasivos para a cardiopatia chagásica crônica. A produção de IgG anti-T. cruzi, autoanticorpos IgG total anti-troponina I, anti-mioglobina, e a concentração de CTLA-4 solúvel foram determinados por ELISA no soro de 90 pacientes chagásicos crónicos portadores das formas indeterminada (n=30), cardíaca (n=30), digestiva (n=14) e cardiodigestiva (n=16), e correlacionados com à fração de ejeção do ventrículo esquerdo, índice cardiotorácico e diâmetro do átrio. Foram utilizados soros de indivíduos não infetados (n=30) como controles. Pacientes chagásicos portadores das formas clínicas indeterminada, cardíaca, digestiva e cardiodigestiva apresentaram maior produção de anticorpos IgG total anti-T cruzi, autoanticorpos IgG anti-troponina I e autoanticorpos anti-mioglobina, quando comparados aos indivíduos não infectados. Ademais, pacientes com a forma cardíaca da doença apresentaram maior produção de autoanticorpos IgG anti-mioglobina comparado a pacientes com a forma indeterminada. De maneira interessante, pacientes indeterminados apresentaram níveis normais de CTLA-4 solúvel, quando comparado a indivíduos portadores das formas clínicas cardíaca, digestiva e cardiodigestiva que apresentaram níveis reduzidos. Nossos resultados indicam que a produção elevada de autoanticorpos antitroponina-I e anti-mioglobina associada a baixa quantidade de CTLA-4 sérico podem estar associadas ao desenvolvimento da forma cardíaca da doença de Chagas.