Os leões de Kulumani: patriarcalismo em A confissão da leoa de Mia Couto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Lopes, Maria de Fátima de Lima
Orientador(a): Lima, Tânia Maria de Araújo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/22247
Resumo: O romance A Confissão da leoa (2012), de Mia Couto, discorre sobre ataques de leões que aterrorizam Kulumani, uma aldeia moçambicana, os quais têm vitimado, principalmente, mulheres. No entanto, a narrativa não é uma história de caçadas, uma vez que o autor utiliza os leões como metáfora para denunciar os discursos de poder que regem aquela sociedade e que se refletem, sobretudo, na vida das mulheres. Violência, amor, silêncio, resistência, submissão, luta, invisibilidade, subversão são alguns dos elementos que constituem as personagens femininas desta obra, personagens que nos levam a refletir sobre a realidade de muitas mulheres africanas. Muitas delas têm suas vidas marcadas pela opressão, pela violência inerente ao sistema patriarcal, responsável por uma série de mecanismos que inferiorizam as mulheres e violentam seus corpos. A partir dos pressupostos da crítica feminista e de obras como Dicionário de Crítica Feminista (2005), de Ana Gabriela Macedo e Ana Luísa Amaral, Um amor conquistado: o mito do amor materno (1984), de Elizabeth Badinter, Eu, mulher (2013), de Paulina Chiziane, Teoria Feminista e as Filosofias do Homem (1995), de Andrea Nye entre outros, este trabalho discute o patriarcalismo e a construção das personagens do romance e também como se configuram dentro desse sistema. A leitura, a partir de pressupostos teóricos da crítica literária feminista, possibilita a análise e a investigação do discurso patriarcal, cuja universalidade e perpetuação através dos tempos fazem com que este se imponha como natural. O romance de Mia Couto utiliza a história da caçada aos leões como alegoria para denunciar o verdadeiro assassino das mulheres de Kulumani: o patriarcalismo.