Avaliação do efeito da losartana e do probiótico Limosilactobacillus mucosae CNPC007 no modelo experimental de mucosite intestinal induzido por 5-fluorouracil em camundongos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Oliveira, Maisie Mitchele Barbosa
Orientador(a): Medeiros, Caroline Addison Carvalho Xavier de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOTECNOLOGIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/51305
Resumo: A mucosite intestinal (MI) é um efeito colateral associado ao tratamento do câncer decorrente da quimioterapia. A citotoxidade da MI decorrente do uso de 5-fluouroracil (5-FU) promove danos na estrutura epitelial da mucosa e sintomas gastrointestinais associados que induzem a interrupção do tratamento pelo paciente. Na atualidade, não existe um protocolo terapêutico eficiente que melhore os sintomas da mucosite intestinal, neste sentido, em busca de propor alternativas que visem atenuar os sintomas apresentados por pacientes acometidos pela MI, o objetivo do presente trabalho foi avaliar o efeito da losartana (LOS) e o efeito protetor do probiótico (Pb) Limosilactobacillus mucosae CNPC 007 na mucosite intestinal induzida por 5- FU, em camundongos swiss. O 5-FU (450 mg/Kg, i.p.) foi utilizado para induzir a mucosite intestinal no 1° dia. Os grupos experimentais incluíram: Grupo salina, Grupo 5-FU, Grupo LOS (5, 25 ou 50 mg/Kg) e Grupo Probiótico. A losartana foi administrada 30 min antes do 5-FU e o probiótico foi administrado nos 14 dias que antecederam à indução da MI. Estes foram eutanasiados com tiopental (90 mg/Kg, i.p.), no 4° dia após a indução e amostras de sangue e segmentos intestinais foram coletados para análises posteriores. As amostras de sangue foram utilizadas para contagem de leucócitos e segmentos jejunais foram separados para ensaios de imunoabsorção enzimática para dosagem de citocinas (TNF-α e IL-1β), estresse oxidativo (MDA e GSH) e reações em cadeia da polimerase quantitativa em tempo real (qPCR) para os genes TWEAK, Fn-14 e NF-κB p65 e MUC-2. Os animais com MI sem tratamento apresentaram maior dano intestinal na porção do jejuno, observado por vilosidades encurtadas, perda da arquitetura da cripta e intenso infiltrado de células inflamatórias, avaliadas por análises histopatológica com escores 3 (variação 2-3) e morfometria (p < 0,001 vs grupo Salina). LOS 50 mg/Kg apresentou os melhores resultados para as análises iniciais, sendo esta a dose adotada para avaliação do estudo. Foi observado leucopenia e maior perda de peso nos animais com MI (Grupo 5-FU), comparado ao Grupo Salina. O tratamento dos grupos LOS 50 e Probiótico melhoraram significativamente o aspecto das vilosidades e criptas (p < 0,01), revertendo as alterações histopatológicas (escores 1, variação 1-2) e morfometria, a leucopenia e a perda ponderal (p < 0,05 vs grupo 5-FU), induzidas pelo 5-FU. Houve redução dos níveis das citocinas fator de necrose tumoral (TNF)-α e interleucina (IL)-1β para os grupos LOS 50 e Probiótico. LOS 50 reduziu os marcadores de estresse oxidativo e a expressão dos genes NF-κB p65, TWEAK e Fn-14 em relação ao grupo 5-FU (p < 0,001). O probiótico reduziu a expressão gênica do NF-κB p65 e aumentou a expressão da MUC-2 em relação ao grupo sem tratamento (salina, p < 0,001). Estes resultados mostraram um efeito benéfico da LOS 50 e de Limosilactobacillus mucosae CNPC 007 na MI induzida, em camundongos. Em conclusão, LOS 50 mg/Kg e o probiótico L. mucosae CNPC 007 se mostraram promissores na atenuação dos sintomas da MI, considerando que ambos os tratamentos melhoraram a lesão da MI induzida pelo 5-FU, reduzindo a expressão dos mediadores pró-inflamatórios em segmentos jejunais avaliados.