O cronotopo do ciclo do algodão seridoense e a tecitura estilística dos romances rurais de José Bezerra Gomes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Sales, Willame Santos de
Orientador(a): Alves, Maria da Penha Casado
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/28077
Resumo: Esta tese tem por objetivo central criar inteligibilidades acerca das implicações do Ciclo do Algodão seridoense na tecitura estilística dos seguintes romances de temática rural do escritor currais-novense José Bezerra Gomes: Os Brutos (1938), Ouro Branco (inédito) e A Porta e o Vento (1974). Para tanto, assume, do ponto de vista teórico-metodológico, os postulados do Círculo de Bakhtin, especialmente, as concepções de linguagem, de enunciado literário, de cronotopo, de vozes sociais, de estilo e de autor-criador. A pesquisa situa-se no escopo da Linguística Aplicada, em diálogo com a Literatura, e adota, como fundamento metodológico, o paradigma indiciário-interpretativista de base sócio-histórica. Durante o percurso investigativo, as análises dos três romances possibilitaram perscrutar diversas vozes sociais e diversos discursos estratificados, atravessados por (e refratários de) visões de mundo em constante embate dialógico e ideológico, os quais contribuem para a tecitura do estilo bezerriano nos romances, principalmente: 1) vozes defensoras do casamento e do modelo patriarcal de família e vozes contestadoras desses discursos; 2) imagens antagônicas de sertão, negação de estereótipos e assunção de descrições de sertão valoradas positivamente; e 3) dialogizações em torno do título das obras e a poetização da linguagem prosaica. A pesquisa revela, em sede de conclusão: 1) o gerenciamento e o acabamento dados pelo autor-criador ao coro de vozes e de discursos presentes nas obras imprime aos enunciados um tom social-individual, um posicionamento socioideológico-estilístico diferenciado frente aos discursos circulantes na cadeia discursiva de que fazem parte; e 2) essa tecitura estilística das obras é perpassada pelo ideário do cronotopo do Ciclo do Algodão seridoense, configurando o que se nomeou de Poética do Algodão.