Dialogização de vozes: o fio construtor do estilo de José Bezerra Gomes no romance A porta e o vento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Sales, Willame Santos de
Orientador(a): Alves, Maria da Penha Casado
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/19581
Resumo: A presente pesquisa tem por objetivo investigar o processo de construção estilística na prosa romanesca do escritor norte-rio-grandense José Bezerra Gomes, tomando, como corpus, o romance A porta e o vento. Os fundamentos teóricos sobre os quais se assenta esta empresa estão relacionados às ideias difundidas pelo chamado Círculo de Bakhtin, especialmente, as noções de linguagem dialógica, palavra literária, enunciado concreto, vozes sociais e estilo/estilística sociológica. Quanto à orientação metodológica, o trabalho caracteriza-se por adotar o paradigma interpretativista de base sócio-histórica, situando-se, ainda, no grande campo da Linguística Aplicada, área de investigação indisciplinar e fronteiriça cujo foco primordial é a linguagem concretamente situada. A análise dos discursos presentes na obra A porta e o vento possibilitou-me escutar diversas vozes sociais ali encarnadas, enxergar diversas formas de diálogo, inúmeras visões de mundo em embate constante que, em razão do gerenciamento e do acabamento dados pelo autor, acabam por conferir-lhe um tom, um estilo peculiar frente aos demais discursos e estilos circulantes em seu meio. Os embates ideológicos são evidentes: voz da tradição versus voz particular do personagem Santos, no que respeita à instituição do casamento; confronto entre imagens de sertão antagônicas – um sertão vivo (rico e diverso) em contraposição à noção estereotipada de sertão (pobre e estéril); e A porta e o vento como metáfora de uma arena de combate e indício de uma poetização da linguagem da prosa. A característica principal do estilo bezerriano, em A porta e o vento, está relacionada aos modos de dialogização das aludidas vozes presentes no romance. Nesse sentido, tem-se, com frequência, o uso de polêmicas veladas, réplicas dialógicas e diálogos velados, que são categorias já discutidas na teoria bakhtiniana, mas também outros modos de dialogização novos, alicerçados na dinâmica da linguagem viva e concreta