Da casa grande ao condomínio fechado: o que mudou nas formas e modos de morar da família intergeracional no Nordeste e Sudeste do Brasil?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Góis, Lúcia Helena Costa de
Orientador(a): Valery, Francoise Dominique
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/21006
Resumo: O estudo tem como foco de atenção as formas e modos de morar da família intergeracional, aquela constituída por pessoas de diferentes gerações, que co-habitam e tem o idoso/idosa como referência. Quanto às formas de morar, deste tipo de família, é interessante notar que as pesquisas, produções, tradicionalmente realizadas por arquitetos e designers de interiores, não a conceituam nem a definem porque não incluíram essa configuração familiar nos seus estudos e não se preocuparam em atrelar esse tipo de família com alguma forma de morar. Encontra-se, portanto, até o presente momento, um vácuo teórico conceitual, propositivo e interventivo que não corresponde à realidade empírica. Face às constatações, a investigação passou pelo desafio teórico de desconstruir o modelo único de habitação contemporânea, hoje destinada a todos os formatos de famílias sem considerar o que está se gestando: o da família intergeracional de idoso e com idoso. O estudo constitui, portanto, um meio privilegiado para se ter um olhar diferenciado sobre diferentes modelos de espaços domésticos a partir dos novos formatos de famílias, suas necessidades básicas e especiais bem como as identidades das moradias das camadas sociais média-alta e alta indicando um diferencial em relação às condições de moradia e estilo de vida das camadas médias e pobres. Para descrever as formas e modos de morar do arranjo familiar intergeracional foi selecionado o método interdisciplinar, que melhor articula não só o método de procedimento, como o método de abordagem indutivo-reflexivo mediante pesquisa de natureza qualitativa. Para tal, selecionou-se como espaço geográfico aquele em que se concentravam pessoas de grande proximidade socioantropológica e os que faziam parte do círculo de amizades e parentes da pesquisadora, entre estes, os residentes nos bairros de Capim Macio, Candelária, Tirol e Petrópolis, localizados nas zonas sul e leste, respectivamente, da cidade de Natal. Os moradores foram entrevistados e os ambientes fotografados. Constatou-se que, enquanto o espaço intergeracional não se firma enquanto tal, rearranjos extremamente criativos se dão no espaço doméstico em função dos hábitos, necessidades, relações entre gênero e gerações. Conclui-se que a família intergeracional continua na invisibilidade apesar de se firmar como novo arranjo domiciliar; que os estudos sobre cotidiano e moradia devem ser retomados na perspectiva histórica e epistemológica integrando substancialmente a dimensão pessoa-ambiente; que foram validadas as categorias analíticas de gênero e geração, bem como as formas de co-habitação permanente, temporária e em conexão que contribuem para uma releitura das formas e modos de morar na contemporaneidade.