Há influência do ciclo de corte sobre a energia útil oriunda da madeira de espécies da caatinga?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Lima, Jéssica Lamonnielly Peixoto Epifânio de
Orientador(a): Santos, Rosimeire Cavalcante dos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FLORESTAIS
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/47146
Resumo: O bioma Caatinga é detentor de diversidade em abundância, com espécies que possuem características específicas para sua manutenção e sobrevivência. Seus recursos naturais são utilizados para diversos fins, mas o principal deles é a produção de energia e essa demanda pode ser considerada um fator de pressão sobre o ecossistema. Apesar disso, quando consideramos especificamente a exploração da madeira no estado do Rio Grande do Norte (RN), existem formas legalizadas de se atender essa demanda. No entanto, estima-se que cerca de 50% do material seja explorado de forma ilegal. Outrossim, ainda que a retirada da madeira seja feita em área sob manejo florestal sustentável, esta, se dá sob ciclo de corte estabelecido em normativa, mas, sem comprovação científica no que se refere à sustentabilidade do modelo adotado, nem tampouco considera-se a quantidade de energia estocada por área, uma vez que a extração da madeira se dá, prioritariamente como fonte combustível. Dentro desse contexto, o objetivo geral do trabalho foi avaliar a relação entre a produção volumétrica, a energia estocada na madeira e o ciclo de rotação ideal, utilizando-se informações de talhões em diferentes idades de regeneração de uma mesma propriedade. Dentre as áreas estudas, uma completou o ciclo de corte estabelecido em normativa para supressão do bioma Caatinga. Esta propriedade foi caracterizada como a única no estado que, de forma ininterrupta, possui um talhão com idade de 16 anos póscorte e que comercializa madeira sob plano de manejo florestal sustentável no RN. Através do acesso ao plano de manejo da fazenda, que foi utilizado como referência no início da pesquisa, foram selecionadas como áreas de estudos quatro talhões, com idades pós corte de 16, 13, 11 e 9 anos. Em cada um destes foram alocadas 10 parcelas experimentais com 400 m2 , e nestas foi realizado o inventário florestal e, a mensuração dendrométrica, incluindo altura total, circunferência à altura do peito (CAP) e circunferência na base (CNB) nos indivíduos dos povoamentos. Assim foram avaliadas as estruturas fitossociológicas em cada área de estudo e a estimativa da produção volumétrica. A base para o cálculo foi o volume de cada fuste, multiplicado pelos respectivos valores de densidade básica da madeira e poder calorífico superior das espécies mais representativas. Foram ainda determinadas as relações entre o tempo pós corte e as produções volumétricas e em energia da madeira e também a prospecção do ciclo de rotação recomendado para a área em estudo. Os dados foram avaliados segundo um inventário florestal casual estratificado, a 90% de probabilidade. As espécies identificadas nas áreas de estudos foram 28. As registradas como representativas, considerando os fatores de densidade, frequência e dominância, são as que somaram mais de 80% do IVI total: Cenostigma pyramidale, Piptadenia stipulacea, Mimosa tenuiflora, Croton sonderianus, Aspidosperma pyrifolium, Andira anthelmia, Combretum leprosum, Mimosa caesalpiniaefolia, Caparis flexuosa, Combretum laxum e Jatropha mollissima, havendo pouca variação na ordem de importância entre os talhões estudados. Nem sempre as espécies que apresentaram maior quantidade de fustes (DA) foram as que obtiveram maior quantidade de biomassa (DoR). O volume lenhoso calculado para o talhão 1 foi de 31,97 m³/ha, para o talhão 8 foi de 13,33 m³/ha, para o talhão 11/12 foi 4,42 m³/ha e para o talhão 6 foi 2,36 m³/ha. A idade técnica de corte (ITC) foi de 16 anos, inferior à que foi mensurada em 2017 que foi de 17,3 anos. Isso porque, ao acrescentar os dados inventariados em 2020, a curva de crescimento da floresta se aproximou da estagnação, sinalizando o momento mais propício para a exploração tendo o aproveitamento de maior quantidade de madeira. A densidade energética para o talhão 1 (16 anos pós corte) foi o valor de 98.190 Mkcal.ha, para o talhão 8 (13 anos pós corte) 41.526 Mkcal.ha, para o talhão 11/12 (11 anos pós corte) 14.448 Mkcal.ha e para o talhão 6 (9 anos pós corte) 7.281 Mkcal.ha. E as espécies que mais contribuíram para o acúmulo de energia foram: Mimosa tenuiflora (jurema preta) com 3.740 kcal/m3, Piptadenia stipulacea (jurema branca) com 3.271 kcal/m3 e Cenostigma pyramidale (catingueira) com 3.101 kcal/m3.