Histórias orais de ribeirinhos do Rio Juruá: um estudo sistémico-funcional de gênero e de discurso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Silva, Maria das Graças da
Orientador(a): Vian Junior, Orlando
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem
Departamento: Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/49752
Resumo: Esta pesquisa, sobre histórias orais de ribeirinhos do Vale do Rio Juruá, em municípios do Acre e do Amazonas, teve como objetivo principal investigar, por meio do estudo do gênero discursivo, aspectos linguísticos que caracterizam os participantes e o contexto sociocultural em que tais histórias ocorrem. Os textos foram analisados observando-se os estágios e fases que compõem a sua estrutura esquemática, como forma de configuração do gênero discursivo e, ainda, as ocorrências léxico-gramaticais mais frequentes, na busca dos propósitos que guiam as histórias, assim como foi verificado o fluxo de informação em sua estrutura linguística para a compreensão das mensagens. Para atingir os objetivos propostos, foi adotado o arcabouço teórico da Linguística Sistémico-Funcional, proposta por Halliday (1978, 1985, 1994) e posteriormente desenvolvido e ampliado por seguidores, tais como Eggins (1994, 2002) e Martin e Rose (2007, 2008). A análise quantitativa foi realizada com o apoio do instrumental metodológico da Linguística de Corpus (BERBER SARDINHA, 2004), utilizando o programa computacional WordSmith Tools (SCOTT, 2009), por meio das ferramentas WordList e Concordance. Na análise qualitativa, para a caracterização do gênero, foram considerados os estágios obrigatórios de Complicação e Resolução (MARTIN; ROSE, 2008). Nela foram analisadas treze narrativas e uma anedota, tomando também por base o estudo da Literatura Oral de Cascudo (2004), o que possibilitou, por meio de sistematização, a identificação tipológica (estrutura esquemática do gênero em estágios e fases) e topológica (a relação entre vários gêneros da mesma categoria). O corpus do estudo composto por quatorze textos orais, representados pela lenda do Mapinguari, foi caracterizado como narrativas que constituem o macrogênero Histórias Orais de ribeirinhos, e têm como propósito social entreter, cuidar, orientar, alertar, o tipo conto, representado pelas histórias da floresta, e categorizado por doze lendas, foi caracterizado como microgênero Histórias. A análise pelo sistema discursivo de Periodicidade (MARTIN; ROSE, 2007) permitiu compreender a regularidade do fluxo de informação nos textos, por meio de itens como os nomes, referenciadores, conjuntivos, continuativos e verbos. As escolhas lexicais representadas por elementos da língua falada retratam os participantes (ribeirinhos) e o contexto sociocultural (floresta) e caracterizam o discurso ribeirinho. A partir desses resultados, abrem-se possibilidades para outros estudos, tais como o registro dessas histórias para projetos e usos na sala de aula, nos contextos escolares da região, como forma de divulgação, valorização e preservação da cultura de ribeirinhos.