Dor lombar em pilotos de caça da Força Aérea Brasileira: fatores correlacionados e efeitos de um protocolo de exercícios

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Furtado, Priscilla Rique
Orientador(a): Brasileiro, Jamilson Simões
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/50122
Resumo: introdução: A literatura internacional apresenta dados sobre a incidência ou fatores de risco associados à lombalgia em pilotos de caça, porém, no Brasil essa população ainda precisa ser estudada. Quanto ao tratamento, existem evidências que o treino de estabilização, força e resistência do core contribuem para diminuir a dor lombar na população geral. Contudo, não é do nosso conhecimento qual o efeito desses exercícios em pilotos da aviação de caça. Objetivos: Estudo I= Investigar os efeitos de um protocolo de exercícios sobre a dor lombar em pilotos de caça da Força Aérea Brasileira. Estudo II= Analisar a prevalência das alterações da coluna por meio da Ressonância Magnética (RM) e observar se a Área de Secção Transversa (AST) dos multífidos, a força e a resistência dos músculos de tronco, são fatores preditivos para a dor lombar. Materiais e métodos: Estudo I= Quatorze pilotos com lombalgia crônica foram randomizados em dois grupos: Grupo exercício de estabilização (GEE - n=7, exercícios duas vezes por semana, durante 12 semanas) e o Grupo exercícios de rotina (GER - n=7). As avaliações foram realizadas antes e após o período de treinamento. O desfecho primário foi a intensidade da dor lombar e os secundários foram dor cervical, incapacidade funcional, amplitude de movimento, força isométrica máxima e resistência dos músculos do tronco. Estudo II= Doze aspirantes da aviação de caça realizaram avaliações clínicas e de RM, no início e no fim do primeiro ano de treinamento. A RM foi utilizada para avaliar alterações musculoesqueléticas da coluna lombar e a AST dos músculos Multífidos esquerdo. Também foram coletados dados antropométricos, sobre o trabalho, rotina de exercício físico, a intensidade da dor lombar crônica e incapacidade. Resultados: Estudo I = O GEE teve significativa redução na dor lombar em comparação ao GER (diferença de 2.28 pontos, p=0.04) e menor índice de dor cervical (diferença de 2.5 pontos, p=0.01) ao final do protocolo. Também se observou nesse grupo a manutenção da força dos músculos do tronco ao longo do período, enquanto que o grupo controle obteve diminuição da força de flexão à direita (diferença: -3.71%, p=0.04). Não foram observadas diferenças nos índices de incapacidade, amplitude de movimento ou resistência à fadiga entre os grupos. Estudo II = Os pilotos com maior AST dos músculos multífidos obtiveram menor dor ao fim do ano de treinamento (r=-0.64, p=0.02). Houve alta prevalência de alterações na coluna pela RM no início do ano, especialmente, edema ligamentar por sobrecarga (83%). Houve queda na força e resistência de tronco para extensão ao final do treinamento, porém, a performance não foi um fator preditivo para lombalgia. Conclusão: Estudo I = O protocolo de exercícios específico para estabilização do core mostrou-se efetivo na redução da dor lombar em pilotos da aviação de caça. Estudo II = Os resultados sugerem que a AST dos músculos multífidos, é um fator preditivo para dor lombar no primeiro ano de voo de caça e pode ser um importante parâmetro para acompanhamento de saúde dos pilotos.