Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Barata Júnior, Carlos Roberto Rodrigues |
Orientador(a): |
Santos, Derivaldo dos |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/24780
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Resumo: |
Este trabalho tem como objetivo investigar as acepções do termo “loucura” e de seus numerosos derivados na obra do poeta Mario Quintana (1906-1994). Por pouco mais de meio século, o escritor gaúcho entrelaçou insistentes imagens em um plano estético unificado, com vistas a questionar os conceitos de razão e de consciência. O poema Atavismo (1977) se ofereceu para servir ao mesmo tempo enquanto ponto de partida e eixo central para nossas análises. Conduzido por Atavismo, este estudo observou que os termos “loucura” e “poesia” têm ambos a mesma gênese: uma memória atávica. Por isso, foi preciso que considerássemos as inferências sobre o atavismo, conceito das ciências biológicas relativo a um tipo especial de memória e, também, a memória ela mesma. Na redundância proposital formada pelo adjetivo “atávica” e pelo substantivo “memória”, o poeta nos induz à percepção de que a discussão sobre a loucura/poesia orbita em torno de um problema coletivo, isto é, social, em sua relação com os tempos e com os valores dos tempos. A compreensão assumida é a de que o(s) termo(s) loucura/poesia se erige(m) como antítese de formas específicas das configurações sociais vigentes, sejam elas políticas, artísticas, econômicas ou culturais. É, na busca do entendimento dessa antítese, que apregoa formas mais espontâneas de vida que este trabalho finaliza seus esforços, apurando as figuras e recursos estéticos com os quais o poeta incorporou seu intento: a criança, o louco, Trebizonda e outros adidos no elenco linguístico quintaniano. Por trabalharmos com uma poética bem articulada em si, a leitura interligada dos poemas de Mario Quintana se sustenta por si mesma, mas não se institui necessariamente hermética, exclusiva. Sendo esta uma pesquisa qualitativa, e não havendo fortuna crítica que verse sobre a temática, a melhor forma de trabalho é, antes de tudo, a leitura atenta dos poemas e a anuência de suas próprias vozes. Entretanto, isso não impede que lancemos mão de outros textos e elementos elucidativos que subsidiem esta pesquisa com aportes teóricos, críticos, estéticos e filosóficos. Dessa forma, é de grande valia a intersecção dos poemas com outras vozes, tais quais, Sófocles (497?-406? a.C.), Shakespeare (1560?-1616), Machado de Assis (1839-1908), Mikhail Bakhtin (1895-1975), Henri Bergson (1859-1941), Maurice Halbwachs (1877-1945), Salvador Dalí (1904-1989), Jacques Le Goff (1924-), Michel Foucault (1926-1984), Ecléa Bosi, dentre outras. Tais vozes impulsionam apontamentos críticos mais ricos acerca de uma obra brasileira propagada durante uma vida inteira em defesa de uma humanidade além da lógica cartesiana. |