O “novo” discurso hegemônico da (in)sustentabilidade do capitalismo verde: uma análise crítica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Simião, Luciana do Nascimento
Orientador(a): Silva, Andréa Lima da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/19715
Resumo: No capitalismo contemporâneo a crise ambiental evidenciada pela profunda instabilidade da natureza que hora nos deparamos, tem sido alvo de debates que mobilizam amplos setores da sociedade em torno do desenvolvimento de estratégias para o seu enfrentamento, formando um movimento heterogêneo e multisetorial. É acima de tudo um movimento classista, posto que, as escolhas de avaliação do conflito ambiental redundam à própria posição de classe dos indivíduos. Por conseguinte, os interesses em conflito dessas classes. Entretanto, os problemas ambientais são alvos de discussões desde a década de 1970 no panorama mundial, quando cientistas e movimentos ecológicos denunciaram os impactos ambientais da produção nos moldes do capitalismo. Vimos se desdobrar daí conceitos oficiais sobre as concepções de desenvolvimento que passaram a incorporar as questões ambiental e social. Dando origem, por exemplo, ao conceito de Desenvolvimento Sustentável. Do desenvolvimento Sustentável à Economia Verde – conceito último que enfatiza o papel da economia para o enfrentamento da crise ambiental – as elites foram se colocando como a vanguarda para solucionar a problemática ambiental. Sem romper com os fundamentos estruturais do capital, os debates versam sobre a possibilidade de alinhamento das relações de reprodução do capitalismo com desenvolvimento sustentável. Em verdade, assistimos a um processo de mercantilização da natureza travestido de um discurso ideológico falacioso de inversão de valores do capital, de “ecologização”. Todavia, é sabido que o modo de produção capitalista transformou natureza e trabalho em mercadorias. A lógica produtivista do capital historicamente engendrou processos produtivos destrutivos para essas duas dimensões. De posse de todo conhecimento crítico acumulado sobre o capital, nossa pesquisa se propõe a problematizar as perspectivas ideopolíticas e econômicas obscurecidas no novo discurso hegemônico do “Capitalismo Verde” a partir das contradições históricas e concretas desse sistema. O Objetivo Geral do nosso trabalho é o de: “Analisar o “capitalismo verde” em suas dimensões sociopolítica, econômica e ideológica de maneira articulada situadas na realidade do Brasil”. Temos como objetivos específicos, respectivamente: problematizar a deterioração ambiental e as relações sociais do capitalismo; identificar o papel do Estado na relação com o capitalismo verde; analisar a contradição entre o discurso de compromisso com o desenvolvimento sustentável da empresa delimitada e suas relações de trabalho. Elegemos o Itaú Unibanco, grande empresa do setor financeiro brasileiro, reconhecida nacionalmente e internacionalmente que anuncia agregar à sua filosofia de gestão empresarial o comprometimento e a perspectiva de tornar-se líder em Performance Sustentável, com Responsabilidade Corporativa e Social, concomitante engendra relações de trabalho precarizadas, tendo sua lucratividade associada não somente aos produtos e serviços que lhes sustentam, mas e sobretudo, a uma política de corte de custos relativos ao trabalho. Nosso propósito é partir da realidade concreta onde se materializam as estratégias para manutenção do status quo, para identificar as contradições do “Capitalismo Verde”. Nossa pesquisa é quanti-qualitativa. Isso porque teórico-metodologicamente recorre a um arsenal de dados em documentos e na produção literária, especificamente de textos afinados com a perspectiva marxista, do campo do Serviço Social Brasileiro e áreas afins, bem como, a pesquisas quantitativas de órgãos voltados a este fim, para fundamentação da análise. Confrontamos as denúncias da classe trabalhadora organizada vinculada ao Itaú Unibanco com a visão institucional sobre o que denominam de “Performance Sustentável”. Partimos de pesquisas e publicações de iniciativa Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro – CONTRAF, em associação com o DIEESE e a Central Única dos Trabalhadores. Assim como, analisamos o Relatório Anual Consolidado 2013 do Itaú Unibanco. Nossa hipótese é de que o capital é incompatível com relações sustentáveis. Nossa pesquisa está vinculada a grande área: Sociabilidade, Serviço Social e Politica Social; e a linha de pesquisa “Serviço Social, Trabalho e Questão Social.