Acurácia dos indicadores clínicos do diagnóstico de enfermagem falta de adesão em pessoas vivendo com AIDS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Costa, Mayara Mirna do Nascimento
Orientador(a): Silva, Richardson Augusto Rosendo da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/21089
Resumo: No início da década de 1990, um marco importante no tratamento da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida foi o desenvolvimento da terapia antirretroviral combinada de alta potência. O grande benefício gerado pelo uso dessa terapêutica foi o prolongamento da sobrevida das pessoas que adquiriram essa doença, uma vez que esta deixou de ser considerada fatal, tornando-se uma condição crônica. Apesar das melhorias geradas por esta terapêutica, restam ainda muitas dificuldades a serem superadas. Uma delas é a adesão do paciente ao seu tratamento, trazendo desafios aos serviços e aos profissionais de saúde. Daí advém à necessidade de se identificar precocemente o diagnóstico de enfermagem Falta de Adesão para que soluções sejam buscadas pelo enfermeiro junto ao paciente e sua família. Com essa problemática, soma-se a dificuldade do enfermeiro assistencial em inferir esse diagnóstico, especialmente na identificação de suas características definidoras. Nesse contexto, objetivou-se avaliar a acurácia dos indicadores clínicos do diagnóstico de enfermagem Falta de adesão ao tratamento antirretroviral em pessoas vivendo com a Síndrome de imunodeficiência adquirida. A pesquisa ocorreu em duas etapas. A primeira composta pela avaliação dos indicadores do diagnóstico em estudo; e a segunda, pela inferência diagnóstica realizada por enfermeiros especialistas. A primeira etapa ocorreu em um Hospital de referência no tratamento de doenças infectocontagiosas do Nordeste do Brasil, e os dados foram obtidos por meio de um instrumento para realização de anamnese e exame físico e analisado quanto à presença ou ausência dos indicadores do diagnóstico. Na segunda etapa, os dados foram encaminhados a especialistas, que julgaram a presença ou ausência do diagnóstico na clientela estudada. O projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, obtendo-se aprovação com o Certificado de Apresentação para Apreciação Ética (CAAE) nº 46206215.3.0000.5537. Os dados foram analisados por meio da estatística descritiva e inferencial. Utilizou-se o teste exato de Fisher, Teste qui-quadrado de Pearson e regressão logística. Já a acurácia dos indicadores clínicos foi mensurada por meio da especificidade, sensibilidade, valores preditivos, razões de verossimilhança. Como resultados, identificou-se a presença do diagnóstico Falta de adesão em 69% (n=78) dos pacientes do estudo. As características definidoras que apresentaram significância estatística na associação com o diagnóstico estudado foram: comportamento de falta de adesão, complicação relativa ao desenvolvimento, falta a compromissos agendados, falha em alcançar os resultados, e exacerbação de sintomas. A característica com maior sensibilidade foi comportamento de falta de adesão e a de maior especificidade foi exacerbação dos sintomas. A Regressão Logística demonstrou como fatores preditores para o diagnóstico faltam de adesão: comportamento de falta de adesão, falta a compromissos agendados, falha em alcançar os resultados, e exacerbação de sintomas. Foi possível concluir que a identificação de indicadores clínicos de forma acurada permitiu uma boa predição do diagnóstico de enfermagem Falta de adesão em pessoas vivendo com a Síndrome de imunodeficiência adquirida, contribuindo para que o enfermeiro desenvolva de forma precoce estratégias para a promoção da adesão ao uso dos antirretrovirais.