As bandeirinhas de Touros/RN: tradição e educação sensível

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Carvalho, Cecília Brandão
Orientador(a): Porpino, Karenine de Oliveira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/23837
Resumo: A presente dissertação tem como objeto a experiência estesiológica no contexto das Bandeirinhas de Touros/RN e sua relação com a educação, objetivando descrever as Bandeirinhas de Touros/RN com foco nos aspectos estéticos e simbólicos que as constituem como uma manifestação da tradição norte-rio-grandense; identificar modos de organização dessa manifestação cultural, considerando o seu contexto social e a experiência estesiológica das participantes; e discutir de que modo essa produção da cultura constitui um fenômeno educativo. A pesquisa baseia-se nas noções de experiência, estesia e reversibilidade dos sentidos, a partir da fenomenologia de Merleau-Ponty, dos conceitos de tradição em Almeida e de educação sensível, conforme Viana, Medeiros e Vieira, articulando diálogos também com Zumthor, Eliade, Porpino, Nóbrega, Chianca, entre outros. Do ponto de vista metodológico, o trabalho apoia-se na fenomenologia de Merleau-Ponty, para compreensão dos saberes estéticos e simbólicos desvelados pela experiência das mulheres participantes das Bandeirinhas; os registros escritos e imagéticos são realizados a partir de entrevistas com as brincantes e da participação e observação da festa pela pesquisadora. A dissertação está organizada em três capítulos: o primeiro presenta uma contextualização das Bandeirinhas, aborda trajetos históricos e estéticos de sua existência, situada no município de Touros/RN e no período de realização dos festejos juninos; o segundo capítulo trata da descrição da manifestação com destaque em três momentos – o preparo, a festa e o cortejo –, em que as Bandeirinhas organizam e compartilham suas experiências estéticas coletivamente; e, o terceiro apresenta três aspectos pelos quais as Bandeirinhas podem ser reconhecidas como fenômeno educativo, assim, discute-se sobre a velhice e a resistência a preconceitos relacionados a esse universo pelas senhoras que compõem as Bandeirinhas, as relações entre oralidade e escrita mediadas pelas recordações das brincantes, e o sentido estesiológico da festa, que faz manter uma tradição como modo de educar pelos sentidos. Conclui-se que conhecer e reconhecer as Bandeirinhas a partir de seus aspectos estéticos e simbólicos pode concorrer para a produção de outros modos de olhar esse folguedo como uma prática social e como educação, entendendo esta como aprendizagem da cultura e manutenção dinâmica da partilha estética.