Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Santos, Emanuelle Justino dos |
Orientador(a): |
Medeiros, Rosie Marie Nascimento de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/54882
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Resumo: |
A tese se baseia no argumento de que a arte do corpo brincante de Antônio Nóbrega se revela como potência educativa através dos sentidos estesiológicos existentes em suas produções de dança, poesia e cinema. Nesse exercício, objetivamos interpretar a maneira como essas produções expressam estesias de uma força de potência educativa capaz de convidarmos a um exercício corporal do ver, movimentar-se, sentir e vivenciar as conexões e ressignificações da tradição brasileira. Adotamos a fenomenologia do filósofo francês Maurice Merleau-Ponty (1971; 1999; 2003) para a descrição, interpretação e ampliação dos horizontes de sentido do fenômeno estudado. A tarefa desse estudo delimita-se as seguintes produções: Brincante – o filme, Lunário Perpétuo e Rima, tecida às vivências do curso Na rima: poesia popular brasileira, de modo remoto, e da Sambada Junina, de modo presencial, ambas oferecidas pelo Instituto Brincante, e também a outros eventos presenciais do artista no Estado de São Paulo: o ciclo de encontros Brasisbrasil, na Unicamp/Campinas e o Ciclo de Palestras com Antônio Nóbrega no Centro de Pesquisa e Formação do SESC Bela Vista, essa última na capital paulista. Esses fios de sentidos são entrelaçados a outros através de diálogos e explicações das aulas, das palestras e da entrevista com ele, buscando compreender mais, na tessitura metodológica de uma rede de significados, a respeito da relevância educativa da expressividade dos corpos brincantes, as estesias e os saberes da cultura brasileira. O diálogo foi ampliado com alguns interlocutores principais: Edgar Morin (2003), Patrice Pavis (2011), Paul Zumthor (1997; 2007) e Susanne Langer (1980); com isso, fundamentamos a tese de que a arte do corpo brincante de Antônio Nóbrega se revela como uma potência educativa, inspirando muitos educadores, estudiosos da cultura, outros artistas e público, em geral, que se identificam com os exercícios de ressignificação estética dos saberes da tradição, configurando uma educação sensível por meio do olhar, do sentir e do movimentar-se recriando o nosso mundo. O artista, em seu fazer artístico, de cunho armorial, dá maior visibilidade ao mundo da tradição, ressignificando e dialogando com os elementos da arte erudita com a arte popular. O escrito é dividido em três atos. No primeiro, evidenciamos traços biográficos do artista e a linguagem do cinema, salientando a apreciação reflexiva de algumas cenas da película Brincante - o filme, considerando o artista, seu personagem Tonheta e expressões da dança no cinema, tecendo algumas relações com a educação. No segundo, abordamos ideias de performance e da linguagem poética, destacando a experiência perceptiva dos espetáculos Lunário Perpétuo e Rima, tecendo aprendizagens sensíveis com o curso remoto Na rima, com o artista, no movimento de direcionar nosso olhar para pensar a educação. No terceiro, destacamos as noções de estesia e da linguagem da dança, evidenciando as principais aprendizagens da pesquisadora relativas às vivências com danças brasileiras, em diálogo com a poesia, nos cursos e palestras ministradas por ele presencialmente, assim como a experiência festiva da Sambada Junina, em busca de fortalecer o argumento de tese relativo às múltiplas formas de como a arte do corpo brincante de Antônio Nóbrega se mostra como potência educativa por sua estética sensível, poética, risível e dançante. Por fim, concluímos que a tese admite o exercício de pensar em uma educação como potência educativa que se dá pelo convite em aprendermos mais a respeito da arte do corpo brincante, convidando-nos a comungarmos mais com a ludicidade, a criatividade, a solidariedade, a comunidade, a expressividade, o sentimento, a historicidade, a criatividade, a autonomia, a dança, a poesia, a festividade, aproximando-se dos saberes ancestrais da cultura tradicional brasileira que preza mais o ser que o ter, a alegria que a tristeza, o social que o individual. |