Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Fonseca, Marina Antongiovanni da |
Orientador(a): |
Carlos Roberto Sorensen Dutra da Fonseca |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/24678
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Resumo: |
Informação confiável em larga é essencial para tomadores de decisão que lidam com conservação da biodiversidade, restauração de ecossistemas, manejos de recursos e políticas ambientais. O bioma Caatinga, um ecossistema semiárido espalhado por 826.000 km2 do território brasileiro, apesar de estar altamente fragmentado, ainda mantém metade da sua cobertura vegetal original. Os remanescentes, no entanto, têm sido perturbando há séculos por uma multiplicidade de ameaças antropogênicas, incluindo sobrepastejo, extração madeireira, fogo e caça, entre outro. Apesar disto, a área sobre proteção está abaixo do proposto por acordos internacionais e projetos de restauração têm sido escassos. Baseado em múltiplas análises espacialmente explicitas, os quatro capítulos desta Tese tiveram como principais objetivos: (1) analisar quantitativamente a estrutura de fragmentação da Caatinga, (2) estimar o nível de perturbação antrópica crônica potencial dos fragmentos da Caatinga, (3) identificar as áreas prioritárias de restauração da Caatinga, baseado em conectividade da paisagem e na riqueza de espécies de plantas ameaçadas e (4) comparar a perda de habitat e a taxa de desmatamento das Áreas Prioritárias de Conservação da Caatinga, definidas pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), com as Áreas Prioritárias dos outros biomas brasileiros. Análises de Sistemas de Informação Geográfica, executadas sobre informações oficiais disponíveis, evidenciam boas e más notícias para o bioma. Apesar da fragmentação já sofrida pelo bioma, o nível de conectividade funcional permanece relativamente alta entre fragmentos e metade da vegetação remanescente está preservada em fragmentos grandes (≥ 50.000 ha), indicando a existência de preciosas oportunidades de conservação pró-ativas. Em contraste, o nível de fragmentação é intenso e 90% da vegetação remanescente ocorre em distâncias menores que 2,5 km da borda florestal, permitindo um fácil acesso ao já escasso habitat interior. Um Índice de Perturbação Antrópica Crônica (IPC), que sintetiza o efeito de perturbação potencial de 14 variáveis primárias, indicam que todos os fragmentos de Caatinga estão sob algum nível de perturbação. No entanto, uma importante heterogeneidade regional foi detectada, com fragmentos mais perturbados ocorrendo nas porções norte, leste e central do bioma. Apesar do IPC médio dos fragmentos não estar correlacionado com a sua área, o IPC declina não linearmente com a distância de borda mostrando áreas relativamente estáveis após 5 km. Simulações de paisagens, testando a importância de cada bacia hidrográfica para a conectividade da paisagem, permitiram a identificação de importantes áreas para restauração. Cruzando este critério com o número de espécies de plantas ameaçadas, foi possível identificar um subconjunto de paisagens chaves para restauração que compreendem apenas 8% da área desmatada do bioma. Estimando a taxa de desmatamento de todas as Áreas Prioritárias para Conservação dos biomas terrestres brasileiros, foi possível demonstrar que a Caatinga e o Cerrado exibiram as maiores taxas de perda de habitat, demonstrando novamente a vulnerabilidade do bioma. Espera-se que as informações aqui disponibilizadas possam ajudar tomadores de decisão, nacionais e estaduais, a avançar políticas para a conservação, restauração e manejo da biodiversidade. |