Mecanismos biofísicos e características de controle da evapotranspiração da Caatinga em anos de seca extrema

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Marques, Thiago Valentim
Orientador(a): Bezerra, Bergson Guedes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CLIMÁTICAS
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/29714
Resumo: As Florestas Tropicais Sazonalmente Secas (SDTF, do inglês Seasonally Dry Tropical Forests) estão entre os biomas mais importantes em termos de uxos hidrológicos e de carbono locais/globais e sua vulnerabilidade. O Bioma Caatinga é uma das maiores SDTF do mundo que ocupa uma área contígua de 844.453 km2 , possui uma vasta biodiversidade endêmica e é conhecido como uma importante área da vida selvagem do planeta. Assim, o objetivo do presente estudo foi avaliar a variabilidade diária, sazonal e interanual da evapotranspiração (ET) e dos controles biofísicos e características (a condutância da superfície - Gs; fator de desacoplamento - Ω; e o coe ciente de Priestley-Taylor - α) de controle em um ambiente preservado do Bioma Caatinga durante dois anos de seca na região Nordeste do Brasil, com um nível de detalhamento ainda não desenvolvido neste bioma. As medições foram realizadas utilizando o sistema eddy covariance durante o período de 1 de janeiro de 2014 a 31 de dezembro de 2015. Na escala sazonal, os menores valores da ET foram observados durante a estação seca nos dois anos do experimento (0,3 e 0,2 mm dia-1) como consequência da baixa umidade do solo, que favorecem o fechamento parcial dos estômatos e reduzem os valores do Gs (0,22 e 0,13 mm s-1). O contrário ocorre no período mais chuvoso, cujas médias da ET (2,6 e 1,7 mm dia-1) e Gs (3,74 e 2,13 mm s-1) atingem valores mais elevados. Em relação aos valores anuais, a diferença dos totais anuais de precipitação observados entre os anos é a causa mais provável das diferenças observadas nos valores anuais da ET. Em 2014 a ET foi 473,3 mm, em 2015 283,4 mm, o que implicou em uma diminuição dos valores de Gs, Ω e α. Os resultados sugerem que na estação seca a ET foi controlada pela umidade do solo e, na estação chuvosa, foi parcialmente controlada pela energia disponível. Com o presente estudo, houve um avanço no conhecimento sobre a variabilidade diária, sazonal e interanual da ET e das suas características de controle. Essas informações são bené cas, por exemplo, na calibração de modelos para fazer representações mais realísticas sobre o Bioma Caatinga. Como perspectivas futuras, pretende-se analisar o comportamento da ET em anos contrastantes e avaliar a umidade do solo em profundidades múltiplas durante uma próxima campanha experimental no Bioma Caatinga.