Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Bezerra, Pedro Lucas de Lima Freire |
Orientador(a): |
Pellejero, Eduardo Anibal |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/29927
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Resumo: |
Segundo Georges Bataille, a Literatura consiste em uma busca obstinada pela liberdade, jamais se curvando à ordem e às regras impostas pelas sociedades constituídas, posicionando-se sempre nos antípodas da duração e do projeto de preservação da vida proposto pela modernidade. A Literatura, destarte, responderia às exigências de um mundo do Mal, mundo contrário à harmonia e à existência durável, postulante do desastre, do despudor e da negatividade. No centro dessas relações entre A Literatura e o Mal, o objeto do nosso estudo é o autor chileno Roberto Bolaño Ávalos (1953 - 2003), de obra alentada produzida a partir do final da década de 80 até o início dos anos 2000, consolidada, em parte, pela figura mítica do autor. Morto precocemente, Bolaño se inseriu como principal nome do pós-Boom latinoamericano, uma nova leva de escritores latino-americanos que chamaram atenção da crítica a partir dos anos 90, com obras singulares em relação às produções de Vargas Llosa, García Márquez, Donoso, Cortázar, Fuentes e Carpentier. Funcionando até mesmo como oposição à consagração desses autores, a geração de Bolaño está situada entre o trauma das ditaduras na América, a necessidade do exílio e a produção primordialmente urbana, alheia ao realismo fantástico que caracterizou a literatura latino-americana. Essestraumas surgem na obra do autor chileno como uma reverberação de um Mal profundo, que se anuncia na impotência de suas personagens, na sua escrita ao mesmo tempo fragmentária e caudalosa, nos diversos episódios históricos que se confundem com histórias privadas menores, nos poetas e escritores que se convertem em detetives ou assassinos, nas experiências transgressoras que levam os sujeitos à ruína sem adiamento. Para refletir sobre essas questões em nossa dissertação, além deBataille, utilizamos Blanchot (2011, 2002), Barthes (2005) e outros autores, a fim de abordar as fulgurações simbólicas do Mal na obra Amuleto, do escritor chileno. Amuleto é um desdobramento de uma das várias narrativas contidas em Detetives Selvagens (1998), obra prima de Roberto Bolaño; aqui, Auxilio Lacouture, uma uruguaia exilada no México, narra suas aventuras junto aos poetas e intelectuais mexicanos, enquanto está sitiada no banheiro da Universidade Autónoma do México no dia em que a instituição fora invadida por militares, em 1968. Esse romance é central na obra de Bolaño por trazer questões presentes em toda sua obra e servir como uma visão em paralaxe de todas as dimensões da Literatura desse escritor, funcionando também para nossa abordagem sobre as figuras do Mal em seus livros. |