Política criminal e sistema prisional: a atuação dos psicólogos nas prisões paraibanas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Tannuss, Rebecka Wanderley
Orientador(a): Oliveira, Isabel Maria Farias Fernandes de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/24407
Resumo: A presente pesquisa tem como objetivo geral analisar a atuação do psicólogo no sistema prisional paraibano, bem como, relacioná-la com a política criminal vigente. Para tanto, foram elencados como objetivos específicos: mapear e caracterizar o trabalho dos psicólogos nas instituições prisionais paraibanas; investigar as relações existentes entre a política criminal e a atuação dos psicólogos junto às instituições prisionais. No tocante ao método, foram realizadas 10 entrevistas semiestruturadas e individuais com psicólogos que trabalham nos presídios da Paraíba. A análise dos dados foi realizada a partir do referencial teórico da Criminologia Crítica, perspectiva de enfoque materialista e que se propõe a estabelecer uma análise radical dos mecanismos punitivos e das reais funções do sistema penal. Os resultados obtidos confirmaram a realidade já esperada: prisões superlotadas; péssimas condições de infraestrutura; insalubridade; inúmeras violações aos direitos humanos. No que tange aos profissionais, esses se inserem no sistema prisional paraibano por meio de equipes de saúde, cujo trabalho tem se voltado, de modo geral, para acompanhamentos individuais, realização de testes rápidos de saúde e atividades pontuais. Além disso, os psicólogos também têm a prática voltada para a construção de documentos que subsidiam decisões judiciais relacionadas à progressão de regime e livramento condicional. As entrevistas apontaram para a prevalência do modelo clínico de atuação com discursos voltados para culpabilização da família, individualização das questões que norteiam o cometimento do crime e forte influência das Criminologias Positivista e Liberal. Notou-se também que a atuação desenvolvida esbarra diretamente nas condições precárias de trabalho, como a alta demanda, superpopulação carcerária e ausência de infraestrutura adequada. Por fim, pode-se concluir que a prática do psicólogo dentro das prisões ainda faz parte de um debate complexo e em construção, com limitações que são potencializadas pelo ambiente violento e precário. Somando-se a isto, a permanência de práticas que estão muito mais se adequando ao modelo tradicional do que ampliando uma análise que se aproxime da garantia de direitos humanos nos presídios e repense estruturalmente a existência das prisões.