Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Soares, Albenize de Azevedo |
Orientador(a): |
Marinho, Cristiane da Silva Ramos |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA - FACISA
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/58160
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Resumo: |
Introdução: O Feminicídio é caracterizado como o assassinato de mulheres decorrentes da desigualdade de gênero. No Brasil, esses crimes são praticados principalmente em locais com maiores índices de pobreza e vulnerabilidade social. A maior ocorrência desses crimes se dá entre as mulheres jovens, pardas, solteiras, de menor escolaridade e baixa renda, sendo executados preferencialmente através do uso da arma de fogo. Objetivo: Analisar a tendência temporal e a distribuição espacial da mortalidade de mulheres por arma de fogo e indicadores socioeconômicos no Brasil de 2010 a 2019. Metodologia: Estudo ecológico de base populacional, tendência temporal e distribuição espacial, baseado em dados secundários do Sistema de Informações sobre Mortalidade. Considerou-se como variável desfecho a taxa de mortalidade por disparo de arma de fogo em mulheres na faixa etária de 15 a 49 anos de idade. As variáveis independentes como estado civil, raça/cor e escolaridade, também foram coletadas do Sistema de Informações sobre Mortalidade, e as demais variáveis como média de renda per capita, percentual de pobres, índice de Gine, população de mulheres com baixa renda, analfabetismo, renda e desemprego foram obtidos através do Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Os dados foram analisados através dos softwares de código aberto JoinPoint e Geoda. Resultados Preliminares: Identificou a ocorrência de 2.022 óbitos de mulheres por arma de fogo no Brasil na faixa etária de 15 a 49 anos de idade no período de 2010 a 2019, totalizando uma taxa média de 0,36 óbitos/100.000 mulheres. Nesse período houve uma tendência de redução nessas mortalidades a partir de 2017 (APC= -11,8% IC95% -44,2; 39,5), porém sem significância estatística para a maioria das regiões. Apenas a Região Centro-Oeste apresentou uma redução de significância estatística de 2010 a 2014 (APC = -41,9*% IC95% -64,7; -4,3). Contudo, a Região Norte obteve resultado contrário, com uma elevação de significância estatística a partir de 2013 (APC= 23,5* IC95% 0,4; 51,9). Nesse período, ocorreu a formação de agregados de regiões intermediárias de articulação urbana com altas taxas de mortalidade para as regiões Norte e Nordeste, com a formação dos respectivos clusters (Alto-Alto e Baixo-Alto). A maior ocorrência desses crimes se deu entre as mulheres pardas, solteiras, de menor escolaridade, desempregadas e de baixa renda. Considerações finais do trabalho: Mesmo o país mostrando uma tendência de redução da mortalidade de mulheres por arma de fogo na maioria das regiões, os números ainda estão aquém do desejado, com uma vasta distribuição particularmente nas populações mais desfavoráveis social e economicamente como é o caso da Região Norte e Nordeste. Assim sendo, faz-se necessário o fortalecimento e a reestruturação das políticas públicas que visem proteger as mulheres e levem em consideração o contexto social e econômico no qual elas estão inseridas. |