Justiça segundo as mães de Acari: 30 anos depois

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Soares, Dandara Vicente
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
RJ
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/22915
Resumo: Os movimentos sociais compostos por pessoas que tiveram seus familiares assassinados por policiais militares são constituídos majoritariamente por mulheres, sobretudo pelas mães das vítimas de violência do Estado. O presente trabalho visa analisar a atuação das Mães de Acari, um grupo de mulheres que ao que tudo indica tiveram seus filhos assassinados pela Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro no dia 26 de julho de 1990, os quais até hoje estão desaparecidos. Este nasceu após uma chacina ocorrida em um sítio em Magé, município pertencente à Baixada Fluminense. Onze jovens negros moradores da Favela de Acari e adjacências, região localizada na Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro, foram brutalmente assassinados por um grupo de extermínio composto por policiais militares – Cavalos Corredores – e seus corpos foram depositados clandestinamente em alguns pontos da cidade de Magé, segundo as investigações oficiais policiais e aquelas paralelas realizadas pelas mães. Para essas mulheres, faz parte do papel de mãe seguir os rastros que levem à honra da memória de seus filhos. Estas, ao longo de sua peregrinação por justiça e memória de seus filhos e pelo direito de os enterrar, acionam as instituições dos poderes legislativo e judiciário do Estado do Rio de Janeiro: Assembleia do Estado do Rio de Janeiro, fóruns e tribunais. A pergunta motivadora do trabalho é: o que é justiça para essas mães em relação ao propósito da luta destas pela memória de seus filhos? O objetivo geral da pesquisa é descobrir, sob a ótica das mães, os espaços mais eficazes dentro da estrutura do Estado em sua busca por justiça para o assassinato, sequestro, tortura e desaparecimentos. O objetivo específico do trabalho é analisar que tipo de justiça as Mães de Acari buscam na sua trajetória de luta: reparação monetária e de serviços de saúde; promoção de políticas de segurança pública para evitar chacinas em massa no Estado do Rio de Janeiro; justiça por memória pela vida dos seus filhos. Em relação à metodologia, tracei três espaços públicos de atuação das Mães, são eles: ALERJ – Poder Legislativo; eventos em universidades e em favelas – Sociedade Civil. Além do levantamento, realizei etnografia e entrevistas semiestruturadas com parentes, amigos, ativistas e agentes públicos