Método Buteyko para crianças com asma: estudo controlado randomizado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Freitas, Diana Amélia de
Orientador(a): Mendonça, Karla Morganna Pereira Pinto de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/22535
Resumo: Introdução: A asma é a doença crônica mais comum em crianças e se tornou um problema de saúde pública devido aos seus grandes custos em cuidados de saúde. O método Buteyko é um exercício respiratório, constituindo uma intervenção não farmacológica de baixo custo que vem sendo utilizada por fisioterapeutas em diferentes países no tratamento de pacientes asmáticos. Objetivo: Avaliar os efeitos do método Buteyko como terapia adjunta no tratamento de crianças asmáticas. Métodos: Estudo controlado randomizado simples-cego, devidamente cadastrado no ClinicalTrails.gov, que avaliou 32 crianças de 7 a 12 anos com diagnóstico clínico de asma. As crianças participantes foram aleatoriamente randomizadas em dois grupos: grupo Buteyko e grupo controle. O grupo Buteyko foi formado por 16 crianças que realizaram 3 semanas de tratamento presencial (2 sessões semanais) com o Método Buteyko. As crianças também realizaram o Método Buteyko em casa diariamente durante o período do tratamento. O grupo controle foi formado por 16 crianças que receberam, juntamente com seus pais e/ou responsáveis, intervenções educativas em relação à asma. Foram realizadas avaliações antropométricas, de qualidade de vida por meio do questionário PAQLQ (Paediatric Asthma Quality of Life Questionnaire), de função pulmonar (espirometria) e de capacidade de exercício (teste de caminhada dos 6 minutos – TC6M). Além disso, foram coletadas informações quanto à ocorrência de hospitalizações, visitas ao pronto-socorro, faltas na escola por exacerbação da doença, crises alérgicas e de asma e uso da medicação para alívio de sintomas. As avaliações ocorreram em dois momentos: antes do início do treinamento e após as 3 semanas de tratamento. Os dados foram analisados por meio do software SPSS 20.0, com nível de significância de 5%. A normalidade dos dados foi verificada pelo teste Shapiro-Wilk. As variáveis contínuas com distribuição normal foram apresentadas como médias e desvios padrões. Aquelas com distribuição não normal como medianas e intervalos interquartis. As variáveis categóricas foram apresentadas como frequência. Os testes Mann-Whitney e Wilcoxon foram utilizados para comparar os escores do PAQLQ entre os grupos e intragrupos, respectivamente. A comparação das variáveis iniciais e finais para espirometria e distância percorrida no TC6M dentro do mesmo grupo foi realizada por meio do teste t de student pareado e entre os dois grupos por meio do teste t de student não pareado. O teste Exato de Fisher foi realizado para comparar, entre os grupos controle e Buteyko, a ocorrência de crises alérgicas e de asma, faltas na escola por exacerbação da doença e uso de medicação de alívio. Resultados: A comparação intragrupos mostrou melhora para todos os escores de qualidade de vida em ambos os grupos e melhora no pico de fluxo expiratório (PFE) no grupo Buteyko. A comparação entre os grupos mostrou melhora para dois parâmetros de função pulmonar (relação do volume expiratório forçado no primeiro segundo com a capacidade vital forçada - VEF1/CVF e fluxo expiratório forçado entre 25% e 75% da capacidade vital forçada - FEF25-75%) e menor ocorrência de crises de asma, uso de medicação para alívio dos sintomas e faltas na escola por exacerbação da doença no grupo Buteyko. Conclusão: Dados do presente estudo mostram que o Método Buteyko otimizou parâmetros de função pulmonar (VEF1/CVF, FEF25-75% e PFE) e relatos de sintomas (crises de asma, uso de medicação para alívio dos sintomas e faltas na escola) na população estudada. Tanto o Método Buteyko quanto a educação sobre asma foram capazes de melhorar a qualidade de vida nas crianças avaliadas.