Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Costa, Cleylton Rodrigues da |
Orientador(a): |
Fortes, Lore |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/52212
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Resumo: |
Na rua não aprendemos apenas para onde elas podem nos levar, para onde vão e de onde elas vêm. A alma da rua esconde múltiplas possibilidades de auto-observar-se, autodescrever-se e autoconhecer-se a partir das experiências expressas no modus vivendi. A sua concretude alimenta a nossa capacidade de imaginação, de devaneio e de nos auto-eco-organizarmos pelos nossos passos perdidos enquanto ela se auto-eco-organiza. A presente tese buscou pensar a rua como um espaço que, por meio da vivência dos moradores, permite múltiplas estratégias de educabilidades e sobrevivências para permanecerem nesse cenário conflituoso e de disputa. Trata-se de um texto que procurou problematizar e estranhar como a busca de sobreviver para viver (em situação de rua) constitui estratégias de sobrevivências permitindo processos de educabilidades e autoconhecimento. Por meio de uma teia de estratégias metodológicas (etnográficas), foi utilizada a etnografia como metodologia da pesquisa. A partir do trabalho de campo com as observações participantes, buscando “Olhar” e “Ouvir” atentamente (OLIVEIRA, 200¨) os sujeitos da pesquisa, bem como a cartografia simbólica (SANTOS, 1988) para pensar a cidade e os mapas produzidos pelos sentidos situados construídos pelas pessoas na cidade, assim, possibilitou uma descrição densa das práticas observadas (GEERTZ, 1989). A etnografia e a cartografia simbólica como estratégia de pesquisa viabilizaram a compreensão das vidas que a pesquisa buscou estudar e a concretude dos objetivos estabelecidos no presente trabalho. Este trabalho objetivou conhecer as múltiplas estratégias de sobrevivências para viver em situação de rua por compreender que, para viver em situação de rua faz-se necessário o desenvolvimento de uma rede dinâmica de códigos para permanecer nessa concretude repleta de símbolos e práticas. Após levantar a problemática da dinâmica do viver em situação de rua, bem como o que esta vida poderá modificar no cotidiano desses sujeitos e no cotidiano da cidade, chegou-se aos seguintes resultados. Nesta linha de pensamento, pude perceber o conjunto heterogêneo de lutas cotidianas para sobreviver e viver, onde permite um processo urbano de sociabilidades educativas desenvolvidas nas ruas como um espaço antropológico de educabilidades. Buscou-se também, identificar as diversas experiências urbanas de sociabilidades que produzem nos sujeitos um exercício cotidiano de autoconhecimento e produção de estratégias de sobrevivência – que me possibilitou pensar esse processo como percurso urbano educativo no qual a vivência da situação de rua permite desenvolver experiências múltiplas de ensinar e aprender, pois essas vivências são fundamentais para permanecer neste lócus de disputa. Através das experiências de pessoas em situação de rua em Mossoró (RN), houve há necessidade de compreender a vivência em situação de rua como um modo de vida que também produz educabilidades, consolidando as considerações finais do presente texto de que a vivência estudada na rua produz novas referências de ensino e aprendizagem – por mais que sejam vivências duras e de exclusão social. Desenrolando-se as ideias propostas, compreendo que estes moradores se constituem como sujeitos da experiência, de outras concepções de vida, de outras pedagogias e de outras produções de ensino e aprendizagem. Sujeitos inconclusos na constante busca de ser mais. Sujeitos da luta, resistência, sobrevivência e esperança. |