“Eu sou de rua, mas também sou gente” : intersubjetividade e construção de identidades dos indivíduos em situação de rua de João Pessoa-PB

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Sousa, Anne Gabriele Lima
Orientador(a): Hamlin, Cynthia de Carvalho Lins
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/11303
Resumo: Esta tese teve como objetivo compreender as bases para a construção de identidades entre os indivíduos adultos em situação de rua. O marco teórico que deu subsídios para a realização desse estudo consistiu nas contribuições teóricas de Taylor sobre a constituição da identidade do self, em diálogo com as reflexões de Bourdieu sobre as distinções na sociedade contemporânea e de Goffman sobre as interações vivenciadas por indivíduos estigmatizados. A pesquisa foi realizada através de um trabalho de campo no centro da cidade de João Pessoa-PB, onde foram realizadas observações espontânea e participante, além de entrevistas em profundidade com 18 indivíduos em situação de rua que habitam os espaços de maior concentração dessa população. A análise qualitativa das entrevistas buscou assimilar tanto os aspectos objetivos como os aspectos subjetivos que permeiam as identidades dos indivíduos na rua. Para entender a dimensão estrutural sob a qual essas identidades são delineadas a rua foi tratada como um campo, no interior do qual os indivíduos estão situados em posições desiguais e participam de relações de poder específicas, inclusive por meio de marcadores estigmatizantes. A subjetividade inerente ao modo como os indivíduos interpretam sua condição e assumem identidades nesse contexto foi buscada através do ordenamento daqueles elementos valorizados por cada um deles em função da avaliação de suas situações objetivas. Conclui-se que, embora as condições socioestruturais nas quais esses indivíduos estão posicionados sejam responsáveis por localizá-los em um contexto que estabelece os limites e possibilidades de seu estar-no-mundo, as identidades pessoais reivindicadas por eles rompem com qualquer determinismo estrutural, fazendo com que empreendam distinções na vida de rua e se autoavaliem a partir de um ordenamento de valores que confere sentido à sua existência e ao seu ambiente.