Serviços ecossistêmicos prestados pela cobertura vegetal na Serra de João do Vale (RN/PB)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Oliveira, Alisson Medeiros de
Orientador(a): Costa, Diogenes Felix da Silva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
SIG
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/27420
Resumo: No âmbito das pesquisas sobre serviços ecossistêmicos (SE), o semiárido brasileiro tem sido abordado por importantes pesquisas de levantamento, mas para o Bioma Caatinga as informações ainda são escassas. Ainda com relação a Caatinga, esta apresenta uma diversidade de ambientes que conferem a ela fisionomias e formações vegetais heterogêneas, e dentre os diversos ambientes, dá-se destaque, na presente pesquisa, aos ambientes serranos. Com relação a produção de conhecimento acerca dos serviços ecossistêmicos prestados por sua cobertura vegetal, a situação configura-se como uma lacuna, tendo em vista a escassez de estudos e/ou dados. Nesse preocupante contexto está inserido a serra de João do Vale (RN/PB), um maciço capeado pela formação arenítica serra de Martins e recoberta pela Caatinga e por fragmentos de Floresta tropical sazonalmente seca, sendo desconhecido, para a cobertura vegetal, os seus serviços ecossistêmicos. Posto isso, o objetivo principal avaliar os serviços ecossistêmicos prestados pela cobertura vegetal na paisagem da serra de João do Vale (RN/PB). As interpretações das condições paleoambientais do semiárido do Nordeste Setentrional permitem inferir que a fisionomia da Caatinga oscilou entre savanas com condições de manter uma megafauna pleistocênica e fisionomias florestais entre 42 mil anos A.P. e 11.800 anos A.P., e infere-se que a área de estudo apresentou variações semelhantes. O mapeamento das coberturas vegetais foi realizado em duas etapas: 1) Mapeamento via NDVI e SAVI, e posterior avaliação dos produtos cartográficos; 2) Mapeamento orientado ao objeto. Com base no mapeamento orientado ao objeto, as classes de usos e cobertura da terra identificadas foram: Caatinga arbórea, Caatingas arbustiva, Corpos hídricos, Floresta tropical sazonalmente seca, Solo exposto/Habitações/Rochas e Usos agrícolas/Cajucultura. Quanto a cobertura vegetal, sua atual fisionomia é resultado de ações humanas que começaram no século XVIII. A Caatinga arbustiva (191,8 km2 ) e a Caatinga arbórea (39,4 km2 ) apresentaram padrão de distribuição recobrindo encostas e escarpas cristalinas, e suas estruturas são fortemente influenciadas pela ação humana e a sucessão ecológica. A Floresta tropical sazonalmente seca (21,8 km2 ), inicialmente localizada nos platôs, foi devastada, restando apenas alguns fragmentos em encostas e escarpas mais declivosas e em pequenos platôs. Considerável porção destes fragmentos encontram-se em estágio de sucessão. Devido à complexidade das dinâmicas dos usos e coberturas, bem como as fisionomias dos ecossistemas presenta na serra, os índices de vegetação (NDVI e SAVI) comumente empregados em estudos de vegetação no semiárido não obtiveram excelente desempenho, como era esperado. Como forma alternativa de mapeamento, lançou-se mão do método de mapeamento orientado ao objeto, cujos resultados foram melhores e muito aproximados aos vistos em campo. Quanto aos serviços ecossistêmicos prestados pela cobertura vegetal, dá-se destaque aos SE de Provisão e SE Culturais, os quais tiveram informações obtidas diretamente de seus moradores. Concluiu-se que a declividade, a localização e a distribuição das fisionomias influenciam na prestação de serviços ecossistêmicos (principalmente os SE de Regulação e Manutenção), e que tais SEs prestados têm elevado potencial auxiliar e embasar tomadas de decisão referentes a conservação de ecossistemas, bem como ações para conscientização e educação ambiental.