Um bonde chamado saudade: memória e historiografia na prosa de Augusto Frederico Schmidt

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Caldas Neto, Paulo de Macedo
Orientador(a): Falleiros, Marcos Falchero
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/22678
Resumo: A abordagem do discurso literário e das suas relações com o discurso histórico parte de uma indagação voltada ao entendimento da memória e do sujeito. Este, enquanto ser psicossocial, dotado da capacidade de perceber e de lembrar algo significativo, irá contribuir para a formação de sua própria memória. Esta acabará sendo preenchida pelas lembranças de grupos sociais de que fez parte o sujeito, instituindo o que se chama de memória coletiva. Em seguida, produzir-se-á uma reflexão sobre o discurso histórico, tendo-se a Historiografia, vertente da Filosofia da História responsável pela apreciação dos fatos que marcaram uma sociedade, como base para a análise literária do objeto de estudo em questão – a prosa de memórias de Augusto Frederico Schmidt. Este trabalho tem como primeiro foco a compreensão dos alicerces da memória individual do eu nos relatos memorialísticos de O Galo Branco, As florestas e outros textos publicados, na categoria prosa, pelo escritor e homem de negócios Augusto Frederico Schmidt. Conhecido por sua intensa atuação política no Governo JK, nos idos de 50 e 60 no Brasil, vamos nos deparar com um sujeito preocupado com o registro de sua vida e com as correspondências existentes entre a sua obra artístico-biográfica e os acontecimentos de uma época. Alguns dos textos schmidtianos lembram crônicas, porque foram editados em jornais e possuem a brevidade, o lirismo, a poesia do momento, muito embora sigam além do registro circunstancial, alcançando a estrutura de uma narrativa longa e cheia de pontos autobiográficos. Tivemos a preocupação aqui de apontar as fronteiras entre o memorialístico, o historiográfico e o autobiográfico, principalmente ao estabelecermos ligações teóricas e analíticas para a explicação estética das obras literárias em questão. Todo o mecanismo psicomotor da lembrança, componente para a ativação da memória, foi destacado. A seguir, abordamos a maneira pela qual se apresenta o discurso histórico no interior das narrativas reais de Schmidt e a representatividade da conexão entre a memória e a história no interior da prosa.