A RUPTURA NO PLANO HISTORIOGRÁFICO PELO VIÉS DA METAFICÇÃO HISTORIOGRÁFICA EM MEMORIAL DO CONVENTO.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Ferreira, Cristiano Alves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Ciências Humanas
BR
PUC Goiás
Programa de Pós-Graduação STRICTO SENSU em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://localhost:8080/tede/handle/tede/3174
Resumo: A finalidade desta pesquisa é analisar as tênues linhas que geram a ruptura nos planos da narrativa, tanto no processo histórico (historiografia literária), quanto a sua posição marginal (metaficção historiográfica) em Memorial do Convento de José Saramago. A discursividade ordena-se no intuito de ponderar o que se constituiu em Memorial do Convento como meio de registro do próprio discurso ou da expressão ideológica do poder vigente, tendo em vista a periodicidade do fato histórico mensurado e os impactos que tais ações repercutiram junto à Coroa portuguesa. O estabelecimento dos estreitos limites da aparência histórica, cujo enunciado reflete mais que um simples enredo, supera a essência da análise, pressupondo um estudo amplo sob as condições de construção do discurso histórico, seja ele diante da tríade do poder na historiografia, ou à margem desta constituição em enunciações metaficcionais. Assim, são caracterizações de seres discursivos atrelados as dinâmicas de uma época histórica, a uma exposição da própria história; isto além de estes se diferenciarem por sutis conceitos de ficção/realidade. A humanidade não se exime de sua constituição histórica, pois suas marcas estão indelevelmente registradas no âmbito literário, pois esta é em si uma representação de costumes, ideias e pensamentos, igualmente, a expressão filosófica de uma época. A discursividade e as ponderações teóricas dar-se-ão sob as bases de Mikhail Bakhtin (2010), Terry Eagleton (2001), Maurice-Jean Lefebve (1980), André Trouche (2006), Maurice Halbwachs (2006), Peter Burke (1992), e Linda Hutcheon (1991). Assim, a história é escrita, narrada, recriada e baseada em um fato. Desta forma, pode-se ter a convicção de que os dados passados que chegaram até nós, já não são os próprios fatos concretos e sim representações de fatos ocorridos sob a perspectiva do enunciado de um ser discursivo.