A formação profissional voltada ao Sistema Único de Saúde e as percepções sobre conteúdos de saúde coletiva

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Lima, Jônia Cybele Santos
Orientador(a): Noro, Luiz Roberto Augusto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/29362
Resumo: Grande parte dos cursos da área da saúde, orientados pelas Diretrizes Curriculares Nacionais, tem buscado privilegiar o Sistema Único de Saúde (SUS) como cenário preferencial para a formação. Essa perspectiva tem sido enfatizada nos projetos pedagógicos e na incorporação de professores com formação em saúde coletiva buscando aproximação a essa lógica. Os objetivos do presente estudo foram analisar a formação proporcionada pelos cursos de graduação da área da saúde voltada ao SUS e as percepções sobre conteúdos de saúde coletiva a partir da visão de docentes e alunos. Do ponto de vista metodológico, o estudo foi composto por três fases. Fase I, estudo de avaliabilidade para validação de matriz de critérios com abordagem relativa aos elementos fundamentais para formar profissionais de saúde para atuação no SUS. A matriz caracterizou-se como ferramenta para integração do conhecimento, partindo da premissa de que ao se apoderar das competências essenciais à formação no SUS, problematizado por todos os atores envolvidos. A fase II, caracterizada como estudo de caso com abordagem transversal, desenvolvida a partir da aplicação da matriz de critérios validada aos alunos concluintes de cursos da área da saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). A análise ocorreu por meio do programa IBM SPSS 20.0. Entre os achados, observou-se expressivo número de estudantes que relatam desejar trabalhar no SUS, o que se revela como ponto positivo ao se considerar as constantes disputas entre o setor público e privado para captação de profissionais. Com a participação de 119 docentes de cursos de Odontologia de Instituições de Educação Superior brasileiras, realizou-se a fase III. Estes responderam à matriz de critérios validada, enviada por meio do aplicativo WhatsApp®. Pela análise fatorial exploratória, definiram-se cinco fatores responsáveis pela formação para o SUS: Atenção Básica (AB); Responsabilidade Social e Trabalho em Equipe; Gestão em Saúde; Sistemas de Informação; e Educação Permanente/Humanização. Os principais avanços indicados pelos professores dos cursos de Odontologia dizem respeito ao planejamento das atividades e desenvolvimento das ações na AB; aos cenários de aprendizado que perpassam por conhecimentos diversos, os quais abrangem os conteúdos do trabalho em equipe; ao conhecimento dos princípios e diretrizes do SUS; ao sistema de informação da AB que traga o domínio e o conhecimento pautados na valorização da análise de saúde; à percepção dos grupos sociais, conhecimento da linguagem e da realidade da comunidade; ao processo de territorialização da área de atuação da equipe, considerando as características sociais, econômicas, demográficas e epidemiológicas do território, que se volte para a aplicabilidade dos dispositivos da Política Nacional de Humanização. Todavia, existem desafios que exigem um amplo aprofundamento na perspectiva de enfrentar barreiras ainda impostas pela tradicional formação na área da saúde. Assim, uma formação mais reflexiva e problematizadora se faz pertinente com a valorização dos conteúdos da saúde coletiva, reforçando o diálogo entre a saúde e a educação, para que a conquista prevista na Constituição brasileira voltada à saúde seja fortalecida de forma permanente.