Estudo fitoquímico e avaliação da toxicidade e do efeito antiinflamatório do extrato da casca de castanha de cajú (Anacardium occientale) no modelo de artrite aguda e crônica em ratos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Santos, Ariane Teixeira dos
Orientador(a): Langassner, Silvana Maria Zucolotto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/26285
Resumo: A artrite reumatoide é uma doença autoimune, sua progressão é acompanhada de dor, edema e degeneração óssea. O óleo extraído da casca da castanha de caju (Anacardium occidentale) tem sido alvo de pesquisas recentes motivadas pelo seu potencial efeito biológico. Estudos pré-clínicos já demonstraram evidências de diversas atividades, as quais se destaca seu efeito antioxidante, anti-inflamatório e antitumoral. Diante disso, o presente trabalho buscou isolar e identificar os principais marcadores do extrato, bem como avaliar o efeito anti-inflamatório em modelo in vivo agudo e crônico e a toxicidade deste extrato. A partir do extrato do óleo da casca da castanha de A. occidentale (M3), foi possível isolar três substâncias, sendo caracterizadas como 6-[8(Z),11(Z),14-pentadecatrienil] ácido salicílico, 6-[8(Z),11(Z)- pentadecadienil] ácido salicílico e 6-[8(Z)-pentadecenil]ácido. O pré-tratamento com o extrato M3 (50 e 100 mg/kg; ρ<0,001) revelou uma significativa redução do edema na artrite induzida por zimosam, com consequente diminuição do influxo leucocitário. Além disso, observou-se que o extrato M3 (50 e 100 mg/kg, ρ<0,001l) proporcionou significativa redução da mieloperoxidase. Em camundongos, a administração oral do extrato M3 (25, 50 e 100 mg/kg, ρ<0,001) apresentou uma significativa atividade anti-inflamatória no modelo de bolsa de ar induzido por zimosam, fato evidenciado pela redução do influxo leucocitário e sobre os biomarcadores de estresse oxidativo mieloperoxidase e malonaldeído. Os resultados mostraram ainda uma significativa diminuição da liberação de IL-1β. O pós-tratamento do extrato M3 (25, 50 e 100 mg/kg, ρ<0,001) revelou uma significativa redução do edema na pata na artrite crônica induzida por CFA. Entretanto apenas as doses de 50 e 100 mg/kg foram capazes de reduzir significativamente os níveis das enzimas MPO e MDA, bem como das citocinas TNF-α e IL-1β ρ<0,001. A toxicidade aguda do extrato M3 (2000 mg/kg, via oral) não produziu nenhuma alteração comportamental, nos parâmetros bioquímicos e hematológicos. As análises bioquímicas e hematógicas do ensaio de toxicidade subcrônica (50 e 100 mg/kg, via oral) não indicaram qualquer alteração decorrente da suplementação com o extrato M3. Os resultados demonstram que o extrato M3 exibe efeito anti-inflamatório em modelo agudo e crônico e este efeito pode estar relacionado à inibição de citocinas pró-inflamatórias e a migração de neutrófilos.