Avaliação do potencial toxicológico e teratogênico do extrato aquoso das cascas do cajueiro (Anacardium occidenale) utilizando-se peixe zebra (Danio rerio) como modelo experimental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Ferreira, Délis de Oliveira
Orientador(a): Morais, Danielle Barbosa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA ESTRUTURAL E FUNCIONAL
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/30343
Resumo: O cajueiro (Anacardium occidentale) é um vegetal nativo da região Nordeste do Brasil comumente utilizado na medicina popular devido às suas propriedades anti-inflamatória, adstringente e cicatrizante. No entanto, é utilizado também para indução clandestina ao aborto, não havendo evidências científicas quanto aos efeitos relacionados ao seu uso durante a gestação, sendo escassas também as informações sobre a composição química de extratos aquosos. Considerando-se que o uso de extratos vegetais no período gestacional pode ocasionar toxicidade tanto materna quanto fetal, objetivou-se neste estudo caracterizar fitoquimicamente o extrato aquoso das cascas de A. occidentale, além de avaliar os seus possíveis efeitos tóxicos e teratogênicos, utilizando-se o peixe zebra (Danio rerio) como modelo experimental. Os testes de toxicidade aguda em embriões e fêmeas de D. rerio seguiram as recomendações da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Procedeu-se a preparação do extrato vegetal e caracterização fitoquímica por Cromatografia Líquida Acoplada à Espectrometria de Massas, seguido de testes para determinar a Dose Letal Mediana nos embriões e fêmeas, testes de comportamento, avaliação de deformações no desenvolvimento, teste de anormalidades no DNA, estimativa da taxa de fertilidade nas progenitoras, e análises microscópicas dos embriões e larvas expostos ao extrato aquoso. Os resultados da caracterização fitoquímica indicaram a presença de compostos fenólicos, como derivados ácidos fenólicos e taninos. Os testes de toxicidade sugerem efeito tóxico em fêmeas adultas com alteração no seu perfil comportamental e uma tendência a diminuição de alterações à nível de DNA comparado com o grupo controle, não sendo verificado efeito do extrato na fertilidade. Nos embriões expostos às 6, 12, 24 e 48 horas pós fertilização à doses subletais do extrato, verificou-se poucas alterações teratogênicas. Entretanto, quando expostos a doses mais elevadas, observou-se deformação na membrana coriônica e retardo na eclosão, indicando efeitos tóxicos do extrato. Embora os principais metabólitos especializados encontrados nessa espécie apresentem atividade antioxidante, sabe-se que extratos são misturas complexas de substâncias químicas. Contudo, pôde-se concluir que o extrato aquoso das cascas de A. occidentale além de apresentar indícios de teratogenicidade ao peixe zebra em doses subletais, apresentou evidências de toxicidade em doses mais elevadas, tanto para embriões quanto em fêmeas adultas.