Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Lira, Cláudia Dantas de Medeiros |
Orientador(a): |
Lopes, Denise Maria de Carvalho |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/24565
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Resumo: |
Reconhecendo a relevância da participação das crianças na organização de práticas educativas e curriculares nas quais se encontram envolvidas, a presente pesquisa objetivou analisar modos de participação de crianças no desenvolvimento do currículo na Educação Infantil. Assumindo aportes teórico-metodológicos da abordagem qualitativa na perspectiva histórico-cultural de L.S. Vygotsky e do dialogismo de M. Bakhtin, a pesquisa envolveu a construção de dados empíricos mediante procedimentos de observação semiparticipativa, entrevistas semiestruturadas individuais e coletivas e análise de documentos. O estudo teve como lócus uma instituição de Educação Infantil da rede municipal, em um município do interior do Rio Grande do Norte. Como sujeitos foram consideradas crianças integrantes de uma turma da pré-escola, com idades entre cinco e seis anos, além da professora da turma e a coordenadora pedagógica do estabelecimento. A construção e a análise dos dados assumiram, como fundamentos, significações contemporâneas de criança, educação infantil, currículo e participação. Nessa discussão, as crianças são concebidas como sujeitos humanos com especificidades históricas e sociais, capazes de aprender e se desenvolver em condições de possibilidades, de produzir cultura e participar dos contextos em que vivem. Daí porque a educação tem a função social de promover seu desenvolvimento integral por meio da promoção de currículos compostos pelo conjunto de práticas desenvolvidas pelos profissionais responsáveis e vivenciadas pelas crianças, articulando saberes e experiências que respeitem as especificidades infantis em contextos de interação e ludicidade. A participação é compreendida como inserção ativa dos sujeitos nos processos e relações que lhes dizem respeito: formulação e expressão de opiniões, interações, colaboração, sentimentos, pontos de vista relativos às decisões e ações, exercício de escolhas, bem como a produção de soluções e avaliações propiciados pelo contexto em que estão. Da análise realizada participam, direta e indiretamente, do desenvolvimento do currículo, conforme as seguintes acepções: modo indireto, percebido quando a criança é considerada o centro do processo de ensino e aprendizagem nas proposições documentais do PPP, ressaltando sua participação do desenvolvimento do currículo de diferentes modos, ainda que contingenciados pelas condições mediadas pelas ações da professora e da instituição: 1) modo indireto não ativo, mediante discursos, ações e intenções da Professora e da Coordenadora, considerando o que definem ser de interesse e necessidades das crianças a partir do que observam de suas vivências no contexto educativo; 2) de modo direto ativo, quando são estimuladas pela professora a participarem voluntariamente, mediante a flexibilidade da rotina, interagindo com seus pares e Professora, opinando, colaborando com os pares nas atividades desenvolvidas e conduzidas pela professora em momentos diversos da rotina e, principalmente, nas situações de brincadeira no parque e na sala, ao decidirem quanto aos brinquedos e modos de brincar; 3) de modo direto “não ativo”, presente no contexto observado, quando as crianças, na maior parte dos momentos da rotina, realizam ações definidas pela Professora, não sendo consultadas na proposição de modos participativos. Há condições restritas de participação efetiva na definição direta do currículo em contraponto com as prescrições observadas no PPP da instituição e a efetivação das atividades que compõem o currículo como práxis. As práticas da instituição, uma vez integrante da totalidade do contexto histórico e social em questão, remetem à necessidade de reflexão, autoavaliação e reestruturação das concepções e ações dos profissionais envolvidos, na perspectiva de construir experiências curriculares que incluam as crianças como sujeitos partícipes, capazes de se inserir ativamente – desde que mediados de modo sistemático e intencional – nas decisões que as envolvem. |