A participação das crianças no retorno das aulas presenciais da Educação Infantil: elementos para pensar a democracia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Silva, Rafael Araújo da
Orientador(a): Momo, Mariangela
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/51141
Resumo: A invisibilidade cívica das crianças persiste nos tempos atuais e os ambientes da educação infantil não se furtam dessa realidade. Assim, discutir o direito de participação das crianças se faz necessário para romper o paradigma do silenciamento desse grupo social. Esse cenário se agrava com a crise provocada pela pandemia da COVID-19, por meio da qual uma série de medidas foram tomadas, modificando radicalmente a vida de todos, inclusive a das crianças e do cotidiano da educação infantil. Diante de tal panorama, a pesquisa teve como objetivo analisar de que formas ocorre a participação das crianças no retorno das aulas presenciais em uma instituição de Educação Infantil em meio ao período pandêmico. Para desenvolver a pesquisa, o arcabouço teórico baseou-se nos estudos sobre Democracia e Participação, formulados por autores como Comparato (2010), Bobbio (2000), Hart (1992); a Sociologia da Infância, com autores como Sarmento (2007), Fernandes (2005) e Campos e Fernandes (2012); a Pedagogia da Infância, com autores como Oliveira-Formosinho (2007), a proposta de Reggio Emília, Edwards, Forman e Gandini (1999), Louro (2014) e Lino (2013); e da Escola Moderna de Portugal, sob destaque de Niza (1998) e Bohac (2014). A abordagem metodológica da pesquisa foi qualitativa, com inspiração na Etnografia e nas pesquisas com crianças. Os procedimentos metodológicos contaram também com análise de documentos referentes à Educação Infantil do município de Currais Novos – RN: Plano Municipal da Educação (2015 – 2025), Projeto Político Pedagógico da instituição de Educação Infantil investigada, e Diário escolar da professora titular da turma. As crianças investigadas tinham a faixa etária de 5 anos de idade, residiam no município de Currais Novos/RN, e estavam no nível V da Educação Infantil. A pesquisa in loco ocorreu no segundo semestre do ano de 2021, quando as aulas estavam retornando no formato presencial, após um longo período de suspensão, com a realização de observações, entrevistas com as crianças e seus responsáveis e entrevista com uma representante da Secretária Municipal de Educação de Currais Novos/RN. Como resultado do entrelaçamento entre teoria e empiria, elaboraram-se três categorias analíticas intituladas: 1) Instituição de Educação Infantil como agente fomentador da participação das crianças; 2) Participação das crianças: interação e subversão; e 3) Não participação das crianças em uma Instituição de Educação Infantil. Como resultados, foi possível evidenciar que existe um prisma participativo da criança, no qual quanto mais distante as crianças estão dos centros de decisões, como a Secretária Municipal de Educação, menor são as suas possibilidades de participar e menor é o seu poder de influenciar nas decisões. Em contrapartida, quanto mais próximo as crianças estão das instâncias decisórias, maior é a possibilidade delas participarem de alguma forma da tomada de decisão, seja pela interação ou pela subversão. Além disso, foi possível verificar que ainda são muitas as situações, no âmbito da Educação Infantil, das quais as crianças não participam, prevalecendo atitudes de silenciamento da criança por parte do adulto (intencionalmente ou não) como prática natural e até institucionalizada.