Uso de medicamentos potencialmente inapropriados entre idosos institucionalizados: um estudo longitudinal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Moreira, Francisca Sueli Monte
Orientador(a): Ferreira, Maria Ângela Fernandes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/26661
Resumo: O presente trabalho tem como objetivos verificar a prevalência do uso de medicamento potencialmente inapropriado (MPI) para idosos residentes em instituições de longa permanência (ILPI) e os fatores associados, assim como avaliar as mudanças na ocorrência de MPI ao longo do tempo. A primeira etapa do estudo (Estudo 1) segue delineamento transversal e utilizou dados da linha de base do estudo “Envelhecimento Humano e Saúde: a realidade dos idosos institucionalizados na cidade do Natal/RN”, que tem como objetivo avaliar as condições de saúde/doença dos idosos institucionalizados da cidade do Natal/RN. A coleta foi realizada com base nos dados coletados em 10 ILPI no município de Natal, RN. Os medicamentos inapropriados foram classificados de acordo com o Critério da American Geriatric Society (AGS)/Beers 2015. Foram analisadas variáveis sociodemográficas, relacionadas à ILPI e às condições de saúde. Para as análises univariada e multivariada entre a variável dependente (uso de pelo menos 1 MPI) e as variáveis independentes foi utilizada a regressão de Poisson com estimador robusto. A amostra do estudo foi composta por 321 idosos, sendo identificada a prevalência de 54,6% (IC95%: 48,9- 60,2) de utilização de MPI. A análise multivariada revelou que o uso de MPI esteve associado à polifarmácia e à demência e os grupos de MPI mais frequentes foram antispicóticos (39,1%), os benzodiazepínicos (30,7%) e as sulfoniluréias (7,6%). A segunda parte do estudo (Estudo 2), seguiu delineamento longitudinal de 24 meses de acompanhamento com intervalos de follow-up de 6 meses (ondas). Foram mantidas as variáveis e o critério da AGS/Beers adotados no Estudo 1. A prevalência de uso de MPI foi elevada nas 4 ondas, sendo, repectivamente: 63,4% (IC95%: 57,6-69,1) na onda 1, 62,9% (IC95%: 56,8-68,9) na onda 2, 69,2% (IC95%: 63,1-75,3) na onda 3 e 65,9% (IC95%:59,4-72,4) na onda 4. Foi observado, no período, o aumento do uso de MPI e da polifarmácia. Entre as classes de MPI analisados, os antipscicóticos, os benzodiazepínicos e os inibidores da bomba de prótons foram os mais frequentemente identificados em todas as ondas. O estudo revelou a manutenção da alta prevalência de MPI entre os idosos das ILPI, configurando a necessidade de adoção de indicadores do uso destes medicamentos e a implantação de estratégias que tornem a farmacoterapia mais segura e adequada aos idosos.