Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Cezarino, Leandro Gonçalves |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA REABILITAÇÃO
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/26188
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Resumo: |
Introdução: Embora a prática do futebol de base seja amplamente difundida no Brasil, dados a respeito da incidência de lesões nessa população são limitados. As lesões musculares são as mais frequentes no futebol, representando cerca de 30% de todas as lesões. Embora o conhecimento científico sobre lesões musculares tenha se desenvolvido na última década, a prevalência dessas lesões tem aumentado. Poucos estudos sobre esta problemática foram dedicados a jogadores de futebol em formação, o que ressalta a necessidade de novas pesquisas. Objetivos: descrever a incidência de lesões em um time da elite do futebol brasileiro, durante a temporada de 2017; investigar a interação entre idade, lesão prévia, exposição a jogos e treinos, e desequilíbrios musculares na ocorrência de lesões musculares nessa população. Métodos: a incidência de lesões foi registrada como o número de lesões ocorridas, dividido pelo número de horas de exposição a jogos e treinos, multiplicado por 1.000. Os jogadores que sofreram lesão muscular sem contato compuseram o grupo lesionado (GL) e os jogadores que não sofreram lesões sem contato compuseram o grupo não-lesionado (GNL). Dados demográficos, antropométricos, histórico de lesões, exposição a jogos e treinos, e variáveis de força foram registrados e analisados. Além do cálculo do risco relativo, foram utilizados o teste t-independente, o qui-quadrado e um modelo de regressão logística multivariado para as análises estatísticas, considerando-se P<0,05. Resultados: foram documentadas 187 lesões em 122 jogadores (65,2%). A incidência geral de lesões foi de 1,86 a cada 1000 horas de exposição, com uma taxa seis vezes maior em jogos comparada a treinos (P < 0,0001). Os jogadores da categoria Sub-20 apresentaram mais risco de sofrerem lesões durante jogos [Risco Relativo (RR): 2.96, Intervalo de confiança 95% (IC95%) = 2,47, 3,54) Quarenta e cinco lesões musculares acometeram 34 jogadores: 16 (36%) de isquiotibiais; 12 (27%) de quadríceps; 14 (31%) de adutores; e 3 (6%) de panturrilha. O GL apresentou maior exposição a treinos [Diferença Média (DM) = 25,70 horas; IC95% = 1,12, 50,27] e maior exposição geral (jogos mais treinos) (DM = 32,97 horas; IC95% = 6,22, 59,73) do que o GNL. Em relação ao tempo de prática no clube, o GL apresentou tempo significativamente menor em comparação com GNL (DM = - 6,57 meses; IC 95% = - 11,99, - 1,18). Quanto à força muscular, o GL apresentou maior força excêntrica de quadríceps do que o GNL (DM = 3,29 N / kg.100; IC95% = 1,41; 5,17) e a relação de força isquiotibiais:quadríceps (I:Q) foi significativamente mais baixa no GL em relação ao GNL (DM = - 5,24; IC95% = - 8,84, - 1,65). Lesão prévia de membro inferior aumentou significativamente a chance de lesão muscular (OR: 3,027, IC 95% = 1,133, 8,086). Conclusão: este trabalho ressalta a importância da identificação do perfil e do padrão de lesão em jogadores de futebol em formação, por meio de estudos prospectivos. Os resultados apontam que o risco de lesões foi maior durante jogos do que em treinos e os jogadores mais velhos (categoria sub-20) foram os mais propensos a se lesionarem. Lesões musculares foram as mais incidentes, seguidas por entorses e contusões. Atletas com histórico de lesão prévia de membros inferiores, valores mais baixos de relação I:Q e menos tempo de prática no clube, apresentaram maior risco de sofrerem lesões musculares. A interação de fatores de risco, tanto modificáveis como não modificáveis parece explicar melhor a ocorrência de lesões e este tipo de análise deve ser feito continuamente na tentativa de prevenir lesões em adolescentes. |