A participação feminina no mercado de trabalho informal. Um estudo sobre as condições de trabalho e de vida das mulheres camelôs do centro comercial alecrim, Natal/RN

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Cruz, Brenda Joceli da Silva
Orientador(a): Guerra, Eliana Costa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Serviço Social
Departamento: Centro de Ciências Sociais Aplicadas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/49388
Resumo: Este trabalho constitui-se de um estudo sobre o trabalho informal feminino, em específico aquele denominado de camelo. O objetivo central foi investigar as relações e condições de trabalho das mulheres que desenvolvem esse trabalho no centro comercial do Alecrim, Natal/RN, em tempos de capital mundializado por consideramos esse espaço comercial como importante lócus da dinâmica das práticas capitalista, em sua dimensão local. Para tanto caracterizamos o comércio de rua do bairro com ênfase para a atividade de camelo, identificando os produtos comercializados, as trajetórias de inserção das trabalhadoras informais, apresentando os determinantes de adesão da força de trabalho feminino ao mercado informal. O recorte temporal foi delimitado a partir dos anos 1990, até a primeira década dos anos 2000 em decorrência do conjunto de mudanças no mundo do trabalho verificadas nesse período. Entre elas a precarização do trabalho, o desemprego estrutural, a reestruturação produtiva que se configuram como um sistema de determinações imperativas do capital e que tem contribuído para o aumento considerável da superpopulação relativa excedente, impulsionando essa massa de sobrantes para situações de trabalhos, caracterizadas pela extrema precariedade, dentre as quais encontramos as atividades informais. Para apreender tal realidade, tivemos como direcionamento a teoria social crítica, ancorada no materialismo histórico-dialético, que possibilitou numa dimensão de totalidade, nos aproximar sucessivamente do real, e apreender o fenômeno investigado. A pesquisa teve abordagem qualitativa, possibilitando o aprofundamento da análise do objeto estudado. Recorremos à literatura especializada da área, a partir de autores clássicos e contemporâneos. Realizou-se também a observação sistemática, mapeamento dos principais pontos de comércio informal para escolha dos sujeitos da entrevista, com posterior análise dos dados. As apreciações das entrevistas indicaram que a realidade natalense está em consonância com a realidade mundial e nacional, sendo verificado o aprofundamento das condições precárias de trabalho, a dupla exploração do trabalho feminino, a apropriação do discurso da autonomia pelas mulheres-camelô, e a quase ausência de perspectivas (ou aspiração) de inserção no mercado formal ou de melhoria nas condições de trabalho desenvolvidas na rua.