Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Mata, Sophia de Souza Macêdo |
Orientador(a): |
Paiva, Ilana Lemos de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/46509
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Resumo: |
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é considerado um marco importante e fundamental para o atendimento e atenção a crianças e adolescentes, em virtude da mudança de perspectiva ao tratar desse público considerando-os sujeitos/as de direitos e pessoas em condição peculiar de desenvolvimento e, nesse sentido, que demandam um sistema de proteção integral de garantia de direitos. O ECA previu uma série de medidas de proteção para a infância e juventude em situação de risco, dentre elas, há a política de acolhimento institucional, que deve ocorrer apenas em última hipótese, pois significa um retrocesso quanto ao direito à convivência familiar e comunitária. A presente pesquisa se volta a analisar a participação das famílias no processo de acolhimento institucional de crianças e adolescentes e, para responder a este objetivo, foram elencados quatro objetivos específicos: a) Apreender a dinâmica de funcionamento das unidades de acolhimento desde o ingresso das crianças/adolescentes até seu desligamento; b) Identificar e analisar como é feito o acompanhamento familiar às famílias das crianças/adolescentes em acolhimento institucional; c) Identificar e analisar qual a compreensão dos profissionais sobre as famílias das crianças/adolescentes que passaram ou ainda estão no acolhimento institucional; d) Identificar se a pandemia teve impactos na participação e convivência entre família e as crianças/ adolescentes que estão no acolhimento institucional. Utilizamos o método materialista histórico e dialético, e como ferramenta metodológica realizamos entrevistas com profissionais das unidades de acolhimento de Natal/RN. Em virtude da pandemia, a entrevistas coletivas e semiestruturadas ocorreram por meio de plataforma online e participaram oito (8) profissionais. Posteriormente, as entrevistas foram transcritas e analisadas levando-se em consideração os eixos e perguntas do roteiro de entrevista que ajudaram a responder os objetivos da presente pesquisa. Podemos concluir que a participação da família no processo de acolhimento institucional de crianças/adolescentes é um movimento permeado por contradições, tal qual a inserção da família nas políticas sociais brasileiras. Como foi visto, aspectos relacionados ao entendimento de “pouca família” ou “muita família” no processo de acolhimento institucional de crianças/adolescentes pode apresentar uma diversidade de significados. Assim, de forma geral, a perspectiva familista ainda se revela muito presente. Outro aspecto que foi observado é que a família segue sendo culpabilizada, mesmo quando se verifica a ausência de políticas públicas e direitos básicos para que as famílias e suas crianças/adolescentes vivam com dignidade e com respeito ao direito à convivência familiar e comunitária. Dessa forma, percebemos que a participação da família no acolhimento institucional é vista pelos profissionais entrevistados como importante, no entanto, nos parece que ainda ocorre de forma insuficiente e também permeada por concepções moralizantes. |