Letramento e trabalho: um estudo sobre práticas de letramento de profissionais da saúde no curso de formação para maternidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Medeiros, Lindneide Dannyelle Maria Luzziara Araújo de Melo
Orientador(a): Paz, Ana Maria de Oliveira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/21559
Resumo: As práticas de letramento materializam-se através de textos escritos que refletem a maneira como fazemos uso da escrita, estabelecidas em eventos de letramento, sendo eles implementados na escola ou em outros espaços responsáveis também pela formação humana. Desse modo, os Estudos do Letramento conquistaram espaços de visibilidade nos últimos anos por abordarem temáticas voltadas para o uso real da linguagem nas mais diversas situações de interação. Diante disso, tomamos como objeto de pesquisa os eventos de letramento promovidos pelos profissionais ministrastes de aulas que constituem o currículo do Curso de Formação para Maternidade, destinado a mulheres grávidas assistidas pelo Centro de Referência e Assistência Social (CRAS). Nesses termos, adotamos como principal objetivo analisar as práticas de letramento efetivadas pela equipe de profissionais que ministra o referido Curso, a partir do que propõem as categorias propostas por Hamilton (2000), que compreende: participantes, domínio, artefatos e atividades. A pesquisa proposta situa-se no âmbito da Linguística Aplicada por estabelecer como foco a inteligibilidade de questões sociais referentes ao uso da linguagem (MOITA LOPES, 2006). Teoricamente, ancoramo-nos nos postulados teóricos dos Estudos de Letramento, especialmente nos apresentados por Hamilton (2000), Heart (1993), Street (1995), Barton (1993) e Oliveira (2010), que concebem o letramento como prática social. No âmbito do letramento laboral, apoiamo-nos nos estudos de Paz (2008) e, no que diz respeito à teoria dos Gêneros, elegemos com fundamentos os aportes oferecidos por Bakhtin (1997). Em termos metodológicos, a investigação segue uma abordagem de dados qualitativa, com traços de base etnográfica (BOGDAN; BIKLEN, 1994; ERICKSON, 1986; CHIZZOTTI, 2006). O corpus da pesquisa foi gerado a partir da observação participante, das entrevistas semiestruturadas, dos questionários constituídos por perguntas abertas e fechadas e das rodas de conversas. Colaboraram com a pesquisa os profissionais que ministraram as aulas do Curso e as gestantes que participaram da formação. As análises apontam para uma significativa contribuição das práticas de letramento promovidas pela equipe de profissionais no que se refere à formação para a maternidade das participantes, tanto no que diz respeito aos cuidados a serem tomados no âmbito da saúde física e psicológica no decorrer do período gestacional quanto após o parto e durante as fases iniciais do desenvolvimento do bebê. Os conteúdos abordados no Curso ajudam as mulheres grávidas a entenderem e enfrentarem as mudanças emocionais e corporais que a gestação acarreta. O trabalho desenvolvido pelos ministrantes reflete o letramento para o trabalho que abrange a construção de artefatos materiais para subsidiar sua atividade laboral e, ainda, favorece a constituição de uma postura agentiva nos profissionais e nas cursistas. A relevância desta pesquisa reside nos subsídios fornecidos para expansão de questões referentes aos estudos da linguagem como prática social, com foco no letramento em esferas laborais e ainda no fato de abordar temática pouco contemplada pelas publicações contemporâneas que versam sobre os Estudos de Letramento.