Letramentos na construção civil: um estudo sobre as leituras e as escritas dos técnicos de segurança do trabalho

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Costa, Klébia Ribeiro da
Orientador(a): Paz, Ana Maria de Oliveira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/29652
Resumo: A linguagem é uma construção humana empregada desde as primeiras gerações das quais se tem notícia, utilizada para mediar a comunicação entre os pares. Devido à relevância que assume na sociedade contemporânea, tornou-se objeto de interesse de diversas pesquisas da área da linguagem, observando os usos e os impactos que têm na vida dos seus usuários. A linguagem escrita, especificamente, é mediadora das atividades que as pessoas realizam cotidianamente nas mais diversas ações, efetivando tarefas desde as mais simples, como escrever um bilhete, às mais complexas, como a produção de materiais para cursos de formação para o trabalho. Considerando que essa modalidade da língua tem papel primordial na agência social, a presente tese se propõe a compreender as práticas de letramento de Técnicos de Segurança do Trabalho que atuam na indústria da construção civil, no intuito de analisar como se efetivam e de que forma contribuem para a preservação da saúde e da vida dos que trabalham nesse espaço laboral, visto que as atividades escritas desses profissionais têm caráter agentivo, sendo relevantes tanto em relação ao seu fazer quanto na orientação de seus pares. O trabalho situa-se no âmbito da Linguística Aplicada (MOITA LOPES, 2006) e é de natureza qualitativa com traços de vertente etnográfica (BODGAN; BIKLEN, 1994; ANDRÉ, 1995; CANÇADO, 1994). Os aportes teóricos estão ancorados nas concepções de letramento como prática social (KLEIMAN, 1995; OLIVEIRA; KLEIMAN, 2008; BARTON; HAMILTON, 1998), de linguagem como mediadora das atividades no desenvolvimento das atividades laborais (NOUROUDINE, 2002; PAZ, 2008) e de agência como posicionamentos assumidos pelos indivíduos na interação com os diversos textos (BANDURA, 2001; ARCHER, 2000). A análise dos dados aponta para a relevância que as práticas de letramento assumem para orientar, assegurar direitos e espaços, registrar o trabalho realizado e o mais importante: para provocar mudanças de atitude quanto à forma de perceber os riscos que os afazeres laborais oferecem, evidenciando, dessa forma, uma perspectiva agentiva ao fomentar a mudança de atitude dos diversos trabalhadores que atuam na esfera em estudo. Portanto, a investigação tem como contribuição ressaltar o caráter agentivo da escrita dos Técnicos e o potencial das práticas de letramento desses profissionais para modificar as relações entre trabalho, o bem-estar e a segurança no âmbito laboral.